Debate começa hoje

Fotografia: Mota Ambrósio

Fotografia: Mota Ambrósio

O debate geral da Assembleia das Nações Unidas tem início hoje, em Nova Iorque e, como tem sido prática, a Presidente brasileira Dilma abre a sessão, seguida de Barack Obama e depois o Presidente russo Vladimir Putin, que não discursa em sessões desta natureza há dez anos.

O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, manteve vários encontros bilaterais. No sábado, recebeu, à margem da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, Seth Berkley, presidente do Conselho de Administração da GAVI-Vaccine Alliance, uma parceria pública e privada que pretende salvar vidas de crianças e proteger a saúde da população com a melhoria e aperfeiçoamento do acesso à imunização em países pobres.
À saída da audiência, Seth Berkley disse que o propósito da GAVI Vaccine Alliance é continuar a assegurar que os países tenham acesso a todas as vacinas que são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. Seth Berkley elogiou o facto de Angola ter estabelecido boas regras para a vacinação das crianças, mas disse que vão operar-se algumas mudanças. “A mudança agora é no sentido de que com a riqueza ou alcance de Angola a país de rendimento médio deve pagar por estas vacinas e é disto que vamos continuar a discutir”, referiu.
“É muito importante para nós que Angola tenha feito o melhor com os seus processos de vacinação e para nós é importante garantir que estas vacinas continuem a ser fornecidas”, disse, acrescentando que o “importante agora é que Angola se tornou um país com mais riqueza e como resultado disto tornou-se também capaz de por si mesmo adquirir estas vacinas”.
O presidente da GAVI, que considerou boa a cooperação com Angola durante longos anos, assegurou que vão continuar a ser feitas negociações com o Executivo e prometeu que “quer continuar a discutir e ter a certeza de que as vacinas vão continuar a proteger a saúde das crianças angolanas”.
Noutra audiência, o Vice-Presidente recebeu o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, a representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para Crianças e Conflitos Armados, Leila Zerrougui. Manuel Vicente encontrou-se também com o Presidente da República da Guiana, David Granger. No encontro solicitado pela Guiana, foi vista a questão das relações bilaterais entre Angola e Guiana, a situação entre aquele país e a Venezuela e outros assuntos de interesse comum. A Guiana, um país situado no norte da América do Sul, é candidata ao Conselho Económico e Social no período 2016-2018.

Apoio à diversificação 

O ministro das Relações Exteriores teve também uma agenda cheia. Ontem, pela manhã, teve várias audiências. Georges Chikoti reuniu-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, com quem falou da reactivação da comissão bilateral e a possibilidade de marcação de uma reunião de altos funcionários.
Além disso, passaram em revista aspectos que têm a ver com as relações económicas e comerciais. Sobre política internacional, os dois ministros analisaram temas da agenda do Conselho de Segurança da ONU, incluindo a Guiné-Bissau e a segurança marítima no Golfo da Guiné.
À saída do encontro, Rui Machete disse à imprensa angolana que além das questões de índole política, foram abordadas questões económicas, com realce para o apoio de Portugal ao processo de diversificação económica. “Nós pensamos que um dos problemas importantes que Angola tem de resolver é a diversificação da sua economia”, notou.
Rui Machete sublinhou que neste aspecto, o investimento joga um papel fundamental, mas fala da necessidade do país continuar a criar condições favoráveis, com realce para a legislação. “Para que haja mais investimento vai ser fundamental criar as condições do ponto de vista jurídico e também económico para que as empresas portuguesas e outras, como por exemplo as alemãs e certamente as empresas angolanas possam ter interesse em investir em Angola”, realçou.
O ministro salientou que “é um interesse das empresas investir em Angola, mas o Estado tem que criar legislação favorável”, afirmando que em matéria internacional foram também trocadas impressões gerais sobre os países da CPLP. Georges Chikoti encontrou-se ainda com a vice-primeira ministra da Croácia, Vesna Pusic. O objectivo foi avaliar o fortalecimento das relações políticas bilaterais, já que desde o estabelecimento das relações em 1994, as mesmas têm sido boas, mas não suficientemente desenvolvidas. Por isso, Chikoti e Pusic falaram do reforço da cooperação em todas as áreas, que deve iniciar com trocas de visitas bilaterais, realização de diálogo regular para que sejam melhoradas as relações nos domínios político, económico, cultural, científico, entre outros.
O ministro das Relações Exteriores concedeu audiência ao ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Sudão do Sul, Barnaba Marial Benjamin. O ministro sudanês prestou informações sobre a situação e evolução política no seu país. Outro encontro foi com Rodolfo Nin Novoa, ministro das Relações Exteriores do Uruguai, com quem a discussão girou em torno da sua candidatura ao Conselho de Segurança, a necessidade de uma nova embaixada do Uruguai em Angola e questões sobre manutenção de paz. Georges Chikoti encontrou-se ainda com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Iémen, Reyad Yassin Abdullah, com quem foram analisadas questões do Iémen no Conselho de Segurança, além das questões de natureza bilateral.

Visão integrada do Ambiente 

A ministra do Ambiente falou ontem sobre a Agenda 2030 e sublinhou que os compromissos até 2015 foram perspectivados num quadro de uma agenda global que tinha várias vertentes, e que quanto à sustentabilidade ambiental, era um dos grandes compromissos. “Angola correu veloz no que diz respeito ao cumprimento dos objectivos do milénio para a visão integrada do ambiente”, disse, sublinhando que o país precisa resolver problemas como a desertificação, principalmente na região sul, e contribuir para a luta comum de redução do aquecimento global.
A ministra defende mais sensibilização, sobretudo para que as pessoas vulneráveis encontrem enquadramento económico e social para não atentarem contra o ambiente. Fátima Jardim sublinhou que o mundo tem agora uma agenda que tem 160 pontos de recomendações aos Estados e maioritariamente integra o ambiente em todas as vertentes.

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