Lorde Scott Steel elogia progressos feitos por Angola

Fotografia: Santos Pedro

Fotografia: Santos Pedro

O chefe da delegação britânica, lorde Scott Steel, disse ao Jornal de Angola, no final da visita ao país, e em relação às informações sobre os direitos humanos, que “não existe intenção de condenar” Angola e afirma que, se calhar, as informações“foram mal difundidas” no Parlamento Europeu.

Lorde Scott Steel disse ter constatado progressos em Angola e aconselha o país a continuar a diversificar a sua economia.

Jornal de Angola – Que balanço faz dos cinco dias da visita dos deputados britânicos a Angola?

Lorde Scott Steel – Foi uma visita desenvolvida num clima ameno, principalmente neste dia em que estamos no Memorial Dr. António Agostinho Neto. Não tinhamos detalhes daquilo que foi a vida do fundador da Nação e tivemos  a oportunidade de obter informações gerais e muito válidas relativamente à sua vida. Para responder à sua pergunta, voltamos à Grã-Bretanha fortalecidos para estreitarmos cada vez mais os nossos laços com Angola. Isto vai ser muito mais consolidado quando os deputados angolanos visitarem a Grã-Bretanha.

Jornal de Angola – Que comparação faz entre a Angola que conheceu em 1992 e a actual?

Lorde Scott Steel – Fiquei muito surpreendido por ter constatado os progressos alcanços por esta jovem Nação. Estamos conscientes de que com a baixa do preço do petróleo a nível internacional a economia angolana deve ser diversificada. Estamos esperançosos de que as companhias britânicas farão parte desse processo de diversificação da economia, especialmente no sector mineiro.

Jornal de Angola – Que assuntos abordou com o Presidente da Assembleia Nacional?

Lorde Scott Steel – Tivemos a oportunidade de ter um encontro com o Presidente da Assembleia Nacional e discutir o funcionamento do Parlamento de Angola e da Grã-Bretanha. Trata-se de uma matéria muito importante para os deputados. Quisemos saber qual o papel da Assembleia Nacional na sociedade angolana. Esperamos que no novo edifício que vai ser inaugurado possa haver mais transmissão televisiva dos debates. Aproveitamos também a ocasião para convidar uma delegação parlamentar angolana a visitar a Grã-Bretanha. Estamos bastante satisfeitos em saber que o nosso convite foi aceite.

Jornal de Angola – Em que áreas os dois parlamentos pretendem cooperar?

Lorde Scott Steel – Podemos estreitar as nossas relações no sentido de criar centros de língua inglesa em Angola. Mas a questão chave é que temos cinco sectores em que podemos cooperar para favorecer Angola.

Jornal de Angola – Durante o encontro com os presidente dos grupos parlamentares manifestou o desejo de cooperar com Angola na promoção dos direitos humanos. Como pode ser materializado esse desejo?

Lorde Scott Steel – O mais importante foi estreitar as nossas relações entre os partidos políticos angolanos e britânicos. O MPLA tem uma ligação com o Partido Trabalhista e a ideia é incorporar outros partidos britânicos da oposição para que possam também ter contactos com outros partidos.

Jornal de Angola – Das explicações que recebeu das autoridades angolanas sobre os direitos humanos, acha que o relatório doParlamento Europeu foi realista?

Lorde Scott Steel – Exortámos todos os ministros no sentido de se tornarem mais abertos, principalmente para com a população. Não existe uma intenção de condenar Angola em relação às informações sobre os direitos humanos que, se calhar, foram mal difundidas. O nosso conselho foi, basicamente, no sentido de os ministros serem mais aberto para com a população.

Jornal de Angola – Que análise faz do relatório sobre Angola que foi apresentado ao Parlamento Europeu?

Lorde Scott Steel – Tivemos acesso a esse relatório alguns dias antes de embarcarmos para Angola. Não tivemos muito tempo para discutir esta questão. Quando chegámos,abordámos isso com o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, que foi muito prestativo. Respondeu às perguntas que formulámos. A ideia que transmitimos é que para que a reputação de Angola fosse limpa a nível internacional devia haver mais abertura, as pessoas deviam deixar de ser muito sensíveis relativamente às críticas e serem mais abertas para que as críticas sejam construtivas e aceites.

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