Chefe de Estado da Polónia vai efectuar visita a Angola

Fotografia: João Gomes

Fotografia: João Gomes

Os resultados das últimas eleições na Polónia que deram maioria absoluta ao Partido Lei e Justiça nas legislativas do domingo, marcando uma viragem à direita na política do país, não afectam as relações bilaterais, garantiu o seu embaixador em Angola.

À saída da audiência com o Vice-Presidente, Manuel Vicente, Piotr Mysliwiec afirmou que o novo Presidente, que saiu da oposição, já confirmou a sua vontade de visitar Angola. “Vamos trabalhar juntos com os nossos parceiros angolanos, como o Ministério das Relações Exteriores e a Presidência da República, para concretizar a iniciativa”, disse o diplomata, avançando o primeiro semestre do próximo ano como data provável para a visita de Andrzej Duda.
“Isso significa que o novo poder que temos na Polónia desde ontem continua interessado na cooperação bilateral e Angola vai continuar a ser um dos nossos parceiros privilegiados em África”, disse, sublinhando que o seu país tem apenas cinco Embaixadas na África subsariana.
A visita do Presidente polaco deve coincidir com a inauguração da Academia de Pesca e Ciências do Mar, na província do Namibe, um projecto comum de Angola e Polónia. A conclusão das obras está prevista para Novembro. “As eleições vão mudar completamente o palco e a cena política. Mas posso assegurar que isso não vai mudar negativamente a nossa cooperação”, disse. O embaixador manifestou o interesse do seu país em alargar a cooperação bilateral com Angola, da tradicional relação política para uma cooperação com uma forte matriz económica. “Falei com o Vice-Presidente sobre as perspectivas da nossa cooperação bilateral e expliquei que neste momento não é satisfatória, havendo ainda poucas coisas que fazemos juntos. Mas as perspectivas parecem boas. As nossas relações são politicamente excelentes, mas precisamos de fazer mais”, mencionou.
O diplomata polaco destacou que falta dar fôlego à cooperação económica, que não é ainda satisfatória. “A nossa ideia é que as nossas representações diplomáticas trabalhem juntas para concretizar projectos”. Em face disso, o Vice-Presidente da República sugeriu que nesta altura os dois países devem olhar para sectores que melhorem e elevem a relação bilateral e destacou a agricultura, um ramo de actividade importante para Angola, nesta fase de diversificação económica, e para a Polónia.
Manuel Vicente manifestou também interesse na construção de estaleiros navais, já que a Polónia tem muita experiência nesta actividade. “Cooperar nestes sectores pode ser interessante, mas podemos fazer mais coisas em comum, principalmente no domínio das minas”, disse o diplomata. Além destes aspectos, Piotr Mysliwiec entende ser fundamental reforçar o investimento em ambos os países, mas alertou que tal não deve ganhar a rota do tradicional investimento comercial, por considerar não ser o momento ideal para o efeito. “A minha convicção diz que é um bom momento para desenvolver a cooperação no investimento comum e criar empresas mistas, por exemplo Polónia-Angola ou vice-versa”, frisou, afirmando que apesar do potencial polaco na agricultura e pescas,  os dois países podem explorar outros vários sectores.  Quanto à agricultura, o diplomata defendeu igualmente a produção de equipamento e maquinarias agrícolas em Angola, além da produção de fertilizantes e a aposta no conhecimento e no capital humano.

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