MENSAGEM DE SUA EXCELÊNCIA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA, POR OCASIÃO DO ANO NOVO

FOTO: FRANCISCO MIÚDO

FOTO: FRANCISCO MIÚDO

MENSAGEM DE SUA EXCELÊNCIA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA, POR OCASIÃO DO ANO NOVO

Luanda, 18 de Dezembro de 2015

POVO ANGOLANO,

CAROS COMPATRIOTAS,

É sempre com um sentimento de fraternidade e solidariedade que em todo o mundo se celebra mais uma Quadra Festiva, a do Natal. Nesta ocasião as famílias unem-se dentro de um espírito de renovada esperança no Novo Ano que se aproxima.

Desejo, por isso, que todos os angolanos possam passar um Natal feliz, fraterno, solidário e de esperança no futuro. É justo que isso aconteça também entre nós, apesar de o país estar a atravessar dificuldades que decorrem de uma conjuntura internacional adversa, que exigem soluções criativas e eficazes para serem superadas.

Há que acreditar num futuro melhor. Os angolanos podem extrair tudo o que precisam do solo ou do subsolo do nosso país. Falamos durante muito tempo na diversificação da economia, mas fizemos muito pouco, mesmo assim vale mais começar tarde do que nunca começar.

O povo angolano já venceu desafios mais complicados e difíceis do que aqueles que encaramos hoje, porque agiu sempre com confiança em si mesmo e com determinação. Assim devemos continuar.

É preciso manter o país em paz e com estabilidade, consolidar a democracia e as instituições do Estado e garantir a liberdade de criação e expressão, para que a construção do bem estar social seja obra de todos.

Neste contexto, o desenvolvimento humano, e particularmente o conhecimento e a habilidade do homem para fazer coisas, constituem o factor decisivo da transformação social e a base do crescimento económico e do progresso social.

Convém frisar também, a este propósito, a importância de relações humanas cordiais, pacíficas e de respeito mútuo na nossa sociedade. Essas relações permitem que se mantenha o seu equilíbrio e estabilidade, garantindo-se assim a segurança, a ordem e a tranquilidade públicas, importantes para que cada um possa fazer a sua vida e afirmar a sua cidadania.

Por outro lado, consideramos também que a formação intelectual e a educação moral dos jovens, que é a componente maioritária da nossa população, são fundamentais não só para que sejam dotados de capacidades que lhes permitam alargar os seus horizontes e prepará-los para enfrentar a realidade da vida, mas também para que possam contribuir para a harmonia e coesão social.

É necessário continuar a cultivar no espírito das novas gerações a ideia de que um cidadão, que é naturalmente portador de direitos e deveres constitucionalmente consagrados, deve valer por aquilo que ele é e não apenas por aquilo que do ponto de vista material possui ou ostenta.

E assim, a nossa preocupação maior deve centrar-se cada vez mais no resgate e aperfeiçoamento dos valores morais e no desenvolvimento das suas qualidades pessoais e das aptidões profissionais.

O Executivo não vai poupar esforços para melhorar a qualidade da formação dos angolanos, em estreita colaboração com as famílias e outros parceiros sociais. Temos de alterar o actual clima moral que tende a predominar nas relações sociais, sob  o impacto das novas tecnologias de informação e comunicação.

As redes sociais constituem uma conquista técnica e científica de toda a Humanidade, de que os angolanos devem beneficiar para melhorar o seu acesso ao conhecimento, mas não devem ser utilizadas para violar o direito das pessoas, expor a vida íntima de quem quer que seja, caluniar, humilhar e veicular conteúdos degradantes e moralmente ofensivos.

O país deve dispor o mais depressa possível de legislação adequada para orientar a sociedade e as instituições e reprovar ou prevenir o surgimento deste tipo de práticas, que são inaceitáveis.

Nesta Quadra Festiva renovo a ideia de que o Estado, as famílias, as igrejas, as organizações não governamentais, a sociedade civil no seu todo, devem cooperar e trabalhar todos em prol do desenvolvimento harmonioso e sustentável do país e por uma sociedade solidária e de bem estar.

O mundo acaba de adoptar um Acordo Global sobre o clima, que é histórico, e cuja implementação protegerá todos os países dos efeitos nefastos das mudanças climáticas. É agora necessário que a comunidade internacional passe das palavras aos actos.

CAROS COMPATRIOTAS,

O país está a viver um momento difícil, em virtude da diminuição das receitas provocadas pela baixa do preço do petróleo no mercado internacional, mas temos que ajustar os nossos programas e planos para enfrentar com sucesso o próximo ano, acelerando a nossa intervenção na agricultura, pescas, turismo, indústria da madeira, indústria alimentar e indústria ligeira e mineira, para aumentar as exportações e reduzir as importações com o aumento da produção local e do comércio.

Para que todo este processo possa decorrer sem perturbações, reitero que é indispensável melhorar a gestão das finanças públicas e melhorar e reforçar também a segurança e a ordem interna.

É  importante que a segurança se estenda também além das nossas fronteiras e, para tal, devemos continuar a manter laços de boa vizinhança com os países limítrofes e contribuir para a paz, segurança e estabilidade das regiões em que Angola está inserida.

Finalmente, desejo a todos os angolanos, em particular àqueles que por razões alheias à sua vontade não o poderão passar no seio dos seus familiares e entes mais queridos, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

Muito obrigado!

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