Sonangol faz 40 anos

Fotografia: João Gomes

Fotografia: João Gomes

A receita total da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola- Sonangol no ano passado caiu 34 por cento em relação a 2014, ao somar um pouco mais de 2,3 triliões de kwanzas, confirmou ontem em Luanda, em comunicado, a multinacional angolana.

A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola indica que a redução da receita petrolífera foi parcialmente compensada pelo aumento de rendimentos resultantes da actividade de refinação, distribuição e venda de combustíveis. “O aumento do preço dos combustíveis em Janeiro e em Abril de 2015 foi determinante para esse equilíbrio parcial na receita da empresa”, refere.
Os principais factores que influenciaram o lucro líquido da Sonangol são a redução do preço de petróleo bruto, imparidades sobre os activos petrolíferos em produção, poços secos ou descobertas não comerciais, o aumento do preço dos combustíveis, a redução do custeio operacional em 1,156 milhões de dólares e a variação cambial líquida, como consequência da depreciação e da desvalorização da moeda.
A Sonangol garante que em 2015 “manteve uma estrutura de capital sólida”, tendo os seus capitais próprios atingido o valor de 2,4 triliões de kwanzas (onze por cento acima do valor de 2014), os capitais permanentes 3,7 triliões (dez por cento acima ao do ano anterior) e o capital empregue 3,6 triliões (19 por cento acima de 2014).
O endividamento líquido da companhia cifrou-se em 1,24 triliões de kwanzas, 41 por cento acima do valor de 2014. A Sonangol justifica que o “aumento do endividamento líquido deveu-se ao intensivo programa de investimentos realizado pela companhia”.
Durante o ano passado, a produção nacional de petróleo bruto de Angola foi de 649,53 milhões de barris, o equivalente a uma média diária de 1.779.524 barris, quantidade superior, em seis por cento, à produção de 2014. Esse aumento é explicado  pela entrada em produção de novos campos no Bloco 14 (Lianzi), Bloco 15 (Satélites Kizomba II) e Bloco 17 (MPP Rosa e Dália 1A), e pelo consistente desempenho operacional nos blocos 17, 18 e 31.
Nesse período a produção de gás natural decresceu em oito por cento, fixando-se em 507.293 toneladas métricas, num ano em que a unidade industrial de LNG (Gás Natural Liquifeito), na cidade do Soyo, se manteve paralisada. A refinaria de Luanda produziu perto de 2,5 toneladas métricas de diversos derivados de petróleo, o que representa um aumento de 15 por cento em relação a 2014.
“Contudo – justifica a multinacional angolana – esse volume foi insuficiente para satisfazer o consumo interno de combustíveis, que atingiu um volume total de 4.864.958 toneladas métricas, cerca de 11 por cento inferior a 2014”. Para satisfazer a procura interna, foram importadas 5.040.021 toneladas métricas de combustíveis, que também registaram uma diminuição de cinco por cento em relação ao ano anterior.
“A redução nos volumes, quer de importação quer do consumo, está primariamente associada ao aumento do preço do combustível e à eliminação da subvenção à gasolina e outros produtos seleccionados”, alude o comunicado da Sonangol. Em termos de exportação, a Sonangol vendeu mais de 223,5 milhões de barris de petróleo bruto, ao preço médio de 50 dólares o barril, que permitiram uma arrecadação bruta de mais de 11,176 mil milhões de dólares. Esse valor representa uma diminuição de 54 por cento em relação a 2014, consequência da redução simultânea do volume de exportação em 12 por cento e de um preço médio de 96,72 dólares o barril, verificado no ano passado.
Apesar das condições adversas no mercado petrolífero, a companhia prosseguiu com o seu programa de investimento, com os ajustamentos necessários. A companhia despendeu mais de 565,243 mil milhões de kwanzas, sendo 82,1 por cento do dispêndio realizado no segmento de exploração e produção, 7,6 por cento no segmento de logística e distribuição, 5,1 por cento no segmento de refinação e transporte e 4,8 por cento nos negócios não essenciais.
No ano de 2015 as subsidiárias Sonangol Pesquisa & Produção e a Sonangol Gás Natural foram as mais afectadas, como resultado da dupla influência do preço do petróleo bruto e do gás natural, “por um lado sobre a receita de venda e por outro sobre o montante justo dos activos petrolíferos e de gás natural”. Como resultado, as imparidades reconhecidas ascendem a um montante superior a três milhões de dólares.
Para este ano, a Sonangol espera um crescimento da produção petrolífera, acompanhada por uma substancial redução do preço do petróleo bruto. “Os resultados e o desempenho financeiro da empresa continuarão sob forte pressão”, reconhece a companhia.
As iniciativas despoletadas em 2015 para a redução do custeio e que serão reforçadas em 2016, a revisão de alguns projectos de investimentos e o recurso à opção de descontinuidade de activos e negócios não nucleares, são os valores a que a Sonangol recorre para a manutenção das condições de equilíbrio financeiro e para explorar a necessária margem para continuar a investir, conclui.

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