Fazenda “Cacanda” reduz importações

Fotografia: Armando Sapalo

Fotografia: Armando Sapalo

A fazenda de Cacanda, maior investimento do Executivo angolano no sector agro-pecuário na província da Lunda Norte, recupera os níveis de produção, nos próximos dias, de 11 mil para mais de 20 mil ovos por dia, com vista a reduzir a importação e melhorar a dieta alimentar das populações locais, anunciou ontem a directora-geral da unidade agro-pecuária.

Elisabeth Zembela informou que, nas últimas duas semanas, a produção de ovos registou uma quebra, em função de um lote considerável de galinhas poedeiras ter terminado o seu ciclo produtivo.
A responsável, que prestou a informação na sequência da grande procura de ovos que se regista nos mercados da Lunda Norte, disse que brevemente os aviários da fazenda vão receber seis mil pintos que se juntam às 13.216 galinhas poedeiras que asseguram a produção actual de 11 mil ovos.
“Normalmente regista-se a queda do pico de produção da capacidade instalada de ovos, quando as aves terminam o ciclo produtivo”, referiu Elizabeth Zembela.
A gestora e médica veterinária admitiu que, neste momento, os níveis de produção ainda não permitiram dar uma resposta satisfatória ao mercado no quadro dos novos modelos e programas concebidos pela unidade agro-pecuária.
O objectivo fundamental da criação da fazenda Cacanda prende-se com a necessidade de assegurar o combate à fome, tendo como suporte o incremento e a valorização da produção interna, afirmou Elizabeth Zembela.
Os indicadores da familiarização do produto com o mercado da região são bastante positivos, garantiu, pois desde a inauguração da fazenda pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, em 2012, a elevada dependência do consumo de ovos importados reduziu substancialmente.  A gestora disse que o mercado nacional está a reagir satisfatoriamente ao consumo de ovos produzidos na fazenda, o que também permite dar passos seguros no aumento de investimentos no sector agro-pecuário, dadas as excelentes condições de conservação existentes.
“A reacção positiva manifestada pelo mercado eleva a pressão sobre para aumentar a produção de ovos com vista a fazer face à procura” de ovos da fazenda da Cacanda, frisou Elizabeth Zambela.

Carne e hortícolas

A directora-geral da fazenda Cacanda disse que, além de ovos, a carne comercializada é de qualidade, merecendo o aval positivo dos serviços de investigação e inspecção da Polícia Económica e o INADEC. Os índices de produção da carne bovina, declarou, estão salvaguardados, tendo em conta a manutenção das 11 toneladas por mês. Actualmente, existem 400 cabeças de gado de corte das cerca de mil cabeças que a fazenda se propõe criar nos próximos dois anos.
Quando estiverem criadas as condições técnicas para atingir a meta em termos de criação de gado de corte, a fazenda prevê produzir 500 toneladas de carne por ano, com uma média diária de meia tonelada.
Quanto a hortícolas, Elisabeth Zembela disse que a fazenda está nesta fase a produzir cinco toneladas de produtos por semana, com destaque para tomate, cebola, pimento, pepino, quiabo, cenoura, beringela e couve.
Os hortícolas são produzidos em cem estufas de 250 metros quadrados, que totalizam 3,6 hectares, assegurados por um sistema de rega. Recentemente, foi concluído um estudo para a produção de hortícolas em campos abertos, a partir de dois centros “pivot” de 60 hectares, que antes estavam reservados ao cultivo de alimentação para o gado bovino. A medida surge da necessidade de aumentar a produção de hortícolas, face à procura actual do mercado.
A fazenda Cacanda, um investimento público que visa o aumento da produção local, criou até agora 169 empregos directos e três mil indirectos. A unidade agro-pecuária conseguiu estabelecer uma rede de distribuição comercial, através da expansão dos seus produtos a nível dos mercados da região.

 

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