Inaugurado o Parque Industrial da Canjala

Fotografia: Miqueias Machangongo | Edições Novembro

Fotografia: Miqueias Machangongo | Edições Novembro

A localidade da Canjala, na província de Benguela, dispõe doravante de um parque industrial inaugurado pela ministra da Indústria, Bernarda Martins. Trata-se do terceiro empreendimento do género que entra em funcionamento no país, depois do Tomboco (Zaire) e Cacuso (Malanje).

Inserido no Programa de Fomento da Indústria Rural, o programa possui três objectivos fundamentais, nomeadamente a criação de empregos e geração de rendimentos a nível local, redução da pobreza, assimetrias regionais e diversificação da economia.
A implantação de parques industriais nos municípios visa estabelecer uma relação dinâmica entre os agricultores, associações de camponeses e a administração do Estado.
A ministra da Indústria, Bernarda Martins, revelou que o Governo procedeu recentemente a um levantamento das principais culturas nas províncias, para criar um programa que permita o escoamento dos excedentes da produção agrícola, contribuir para o incremento da agricultura e valorizá-la através do tratamento industrial, aumentando o rendimento dos agricultores.
Nestes parques, referiu, foi definida a implementação de algumas actividades na indústria alimentar, de que se destacam a farinha de milho e de mandioca, sumos, polpa, ração animal e comércio de “insumos” agrícolas. Os parques contam também com oficinas gerais, para dar apoio às unidades fabris, assim como uma indústria de construção civil. As fábricas podem ser concessionadas a jovens empresários ou geridas por eles, segundo um contrato de gestão com opção de compra, além da modalidade de aluguer.
Na ocasião, Bernarda Martins disse que o empreendimento visa o desenvolvimento da economia nas comunas, municípios e províncias, através de acções combinadas dos programas de combate à pobreza, desenvolvimento rural, comércio rural, agricultura e industrialização em pequena escala, além da reabilitação de vias rodoviárias, secundárias e terciárias.
Em relação ao modelo de gestão dos parques industriais, a ministra esclareceu que os empreendimentos nas zonas rurais podem ter uma administração directa do Instituto de Desenvolvimento Industrial. As unidades  fabris instaladas pelo Estado vão ser concessionadas a jovens empresários, mediante um contrato com opção de compra.
A ministra disse que a infra-estrutura vai promover a introdução de novas técnicas agrícolas para satisfazer as exigências da indústria, dinamizar o empreendedorismo e melhorar as condições de vida da população.
O empreendimento está instalado numa área de 3,5 hectares, contendo grupos de geração de energia, rede de abastecimento de água, serviços administrativos e naves industriais com 300 metros quadrados.
A infra-estrutura alberga indústrias rurais, para a valorização dos produtos do campo e atrair micro e pequenas empresas de prestação de serviços à agricultura e à indústria.
Nos últimos anos, o Governo angolano tem investido forte no sector não petrolífero com maior incidência sobre a agro-indústria. Graças a isso, em 2016, a produção não petrolífera excedeu em mais de quatro vezes a produção petrolífera.  A Estratégia para a saída de crise, aprovada em 2015, deu maior impulso ao programa de diversificação  da economia, através da aposta na produção nacional, sobretudo dos produtos da cesta básica e de exportação a curto prazo.
O Governo vai recorrer a financiamento externo para avançar com o plano de relançamento da indústria têxtil, segundo informa o Jornal de Angola.
O programa, que foi analisado na semana passada numa reunião das comissões Económica e para a Economia Real do Conselho de Ministros, prevê a recuperação das fábricas Textang II, em Luanda, África Têxtil 1º de Maio, em Benguela, e Satec, no Dondo, que ficou orçada em dois mil milhões de dólares.
Em paralelo com a retoma da indústria têxtil, o programa inclui também o relançamento da produção de algodão no país, envolvendo 120 mil camponeses e a cobertura de 120 mil hectares, começando pelas províncias de Malanje e Cuanza- Sul, estendendo-se depois a Benguela, Bengo e Cuanza- Norte.

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