República Saharaui pede apoio a Angola

ETIÓPIA/UA: MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DA REPÚBLICA ÁRABE SAHARAUI DEMOCRÁTICA, OULD SALEK

O ministro dos Negócios Estrangeiros da República Árabe Saharaui Democrática, Ould Salek, solicitou, quinta-feira, em Addis-Abeba, Etiópia, apoio de Angola na resolução do diferendo que opõe o seu país e o Reino de Marrocos.

Em declarações à imprensa, à margem da 32ª Sessão Ordinária da Comissão Executiva da União Africana (UA), aberta quinta-feira, disse que Angola tem boas relações com os Estados membros da UA e pode jogar papel determinante na resolução do problema.

Sublinhou que Angola continua a ser um Estado “líder” e influente em África, tendo felicitado os angolanos pela solidariedade e pelo apoio prestado ao povo do seu país.

Desde o fim da guerra civil, em 2002, Angola tem jogado um papel relevante na pacificação da Região dos Grandes Lagos, onde intervém com regularidade para a resolução de conflitos.

O país tem “funcionado” como uma “placa giratória” e é frequentemente consultado para transmitir a sua experiência de resolução de conflitos, fundamentalmente na República Democrática do Congo.

Entretanto, além de solicitar o apoio de Angola no processo de resolução do diferendo com Marrocos, Ould Salek exigiu que a UA tenha um papel mais activo na resolução do problema do Sahara Ocidental.

A República Árabe Saharaui Democrática reivindica soberania sobre o território do Sahara Ocidental, antiga colónia espanhola que, por sua vez, Marrocos reclama como parte do seu reino.

“Marrocos é agora membro da União Africana. Cremos que é dever da UA trabalhar para por fim à ocupação de Marrocos ao território da República Árabe Saharaui”, declarou.

Na perspectiva do seu país, Marrocos “ocupa ilegalmente o território do Sahara Ocidental”, desde 1976, na sequência da retirada da antiga potência colonial, a Espanha.

Pediu que as Nações Unidas pressionem o Governo de Rabat (Marrocos) para respeitar as resoluções do Conselho de Segurança, tendo sublinhando que nenhum Estado africano deve colonizar um país irmão.

Afirmou que a comunidade internacional, tanto a ONU, quanto a União Europeia (EU) e a União Africana (UA) “não reconhecem a soberania de Marrocos sobre os territórios ocupados”, daí apelar aos  marroquinos para “porem fim” a essa ocupação.

“África não pode tolerar que um país africano colonize outro. Trata-se de uma violação aos princípios fundamentais da UA”, declarou o governante, que manifestou, por outro lado, interesse de reforçar a cooperação com Angola.

Afirmou que os laços de cooperação estão muito bem estruturados entre os dois Estados, tendo aventado a possibilidade de os Presidentes dos dois países manterem um encontro de trabalho, à margem da 30ª Sessão da Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da UA.

A cimeira decorre de 28 a 29 desse mês, em Addis-Abeba, tendo como lema central a corrupção.

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