Sonangol conclui este mês análise sobre construção de refinarias

Presidente da República, João Lourenço, visita refinaria do Lobito FOTO: PEDRO PARENTE

Presidente da República, João Lourenço, visita refinaria do Lobito
FOTO: PEDRO PARENTE

REFINARIA DE LUANDA RESPONDE APENAS A 20 POR CENTO DAS NECESSIDADES DO PAÍS (ARQUIVO) FOTO: ANTÓNIO ESCRIVÃO

REFINARIA DE LUANDA RESPONDE APENAS A 20 POR CENTO DAS NECESSIDADES DO PAÍS (ARQUIVO)
FOTO: ANTÓNIO ESCRIVÃO

A Sonangol vai concluir até finais deste mês o processo de análise das propostas técnicas recebidas para construção de refinarias em Angola, com vista a reduzir as importações de combustíveis, garantiu nesta segunda-feira, em Benguela, o seu presidente do conselho de administração, Carlos Saturnino.

Carlos Saturnino falava no quadro da visita que o Presidente da República, João Lourenço, efectuou hoje às infra-estruturas de apoio à construção da futura refinaria do Lobito, cujas obras se encontram paralisadas desde 2016, em consequência da crise económica.

Segundo o responsável, o grupo que está a trabalhar nessa matéria, por orientação do Presidente da República, deve terminar até ao fim deste mês a análise das 23 propostas recebidas e, deste modo, submeter um relatório ao Governo.

“O prazo será cumprido de maneira que esperamos durante o mês de Março que o Governo possa tomar a decisão e fazer as recomendações apropriadas”, referiu.

Avançou que, de acordo com a última actualização feita no dia 10 de Fevereiro, há um total de 23 propostas repartidas entre o projecto do Lobito e o de Cabinda, além de uma série de intenções relacionadas com a prestação de serviços em termos de engenharia e construção.

Para o responsável, a equipa conjunta entre a Sonangol e o Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos “está a trabalhar a alta velocidade”, de maneira que não haja problemas na execução do que foi orientado fazer, ou seja, analisar as propostas para a construção de refinarias em Angola.

Em relação à refinaria do Lobito, Carlos Saturnino defendeu ser necessário fazer uma revisão geral do projecto para que haja uma redução pela metade do valor inicial que então rondava os 12 mil milhões de dólares norte-americanos.

A futura refinaria, que estava a ser erguida desde Janeiro de 2013, um mês depois de lançada a primeira pedra, fica localizada no morro da Quileva, a 10 quilómetros da cidade do Lobito, numa área de 3.805 hectares, e previa então processar diariamente cerca de 200 mil barris de crude e, com isso, reduzir os custos das importações de combustíveis.

Em Dezembro de 2017, o Presidente da República criou um grupo de trabalho composto por membros do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos e da Sonangol para que, no prazo de 60 dias, fosse analisado e dado o devido tratamento às propostas para a construção de refinarias em Angola.

A medida do Presidente João Lourenço é justificada, segundo despacho datado de 27 de Dezembro, pela necessidade de se proceder a estudos e análises das propostas técnicas, económicas e financeiras para construção de refinarias na República de Angola.

Na sequência desta decisão, em Novembro último, o Chefe de Estado angolano avisou a nova administração da Sonangol, que tinha acabado de tomar posse, sobre a necessidade de se construir uma refinaria em Angola, para reduzir as importações de combustíveis, depois de ter fracassado a criação da refinaria do Lobito.

“Não faz sentido que um país produtor de petróleo, com os níveis de produção que tem hoje e que teve no passado, continue a viver quase que exclusivamente da importação dos produtos refinados”, apontou, na ocasião, o Presidente da República.

Angola é actualmente o segundo maior produtor de petróleo em África, depois da Nigéria, e garante mais de 1,6 milhões de barris de crude/dia.

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