Angola defende plano de cooperação realista na CPLP
17 Julho de 2018 | 23h33 – Actualizado em 18 Julho de 2018 | 08h52
O Presidente da República de Angola, João Lourenço, defendeu nesta terça-feira, na Ilha do Sal (Cabo Verde), um plano de cooperação realista na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Na sua primeira intervenção numa cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, João Lourenço pediu que essa parceria seja sempre no estrito respeito das regras internas dos Estados que a integram.
O estadista informou que o Executivo angolano vem dando passos decisivos na abertura do mercado interno, visando torná-lo mais atractivo ao investimento estrangeiro, melhorando, claramente, o ambiente de negócios.
Na abertura da XII Cimeira da CPLP, João Lourenço disse que o Executivo estabeleceu como uma das prioridades a cooperação económica visando a diversificação económica e a redução do peso sobre o sector petrolífero.
O Chefe de Estado angolano sublinhou que, apesar das distâncias geográficas, Angola está interessada que a cooperação já existente entre os países da comunidade se reforce para dar resposta às necessidades dos respectivos povos.
João Lourenço destacou que o facto de os países estarem inseridos em zonas de integração regional diferentes deve potenciar a cooperação económica, aproveitando os ganhos que cada um dos mercados oferece.
O Presidente sublinhou ainda que a nova visão estratégica para a CPLP para a próxima década incide na cooperação económica empresarial, na segurança alimentar e nutricional, energia, turismo, ambiente, educação, na ciência e no ensino superior.
Na sua visão, trata-se de conjugar esforços e de desenvolver um modelo de cooperação que se ajuste às características de cada Estado e que ajude a desenvolver e a consolidar as economias do conjunto das nações.
Numa outra dimensão, exortou à reflexão sobre o futuro da organização ante o crescente interesse na adesão à CPLP.
João Lourenço informou que o país isentou os vistos em passaportes ordinários com Cabo Verde e Moçambique e simplificou o processo para os cidadãos dos restantes Estados membros, visando a melhoria da mobilidade no seio da comunidade.
O Presidente da República manifestou preocupação relativamente à situação de tensão em Estados como a Guiné Bissau e Moçambique, e espera que o Brasil reassuma o papel de uma das principais economias mundiais.
por fim, disse acreditar que os países da comunidade podem ser mais fortes por se comprometerem a ser solidários, respeitar a soberania e a independência de cada Estado e os acordos e tratados internacionais.