PR reconhece pronta resposta de Cuba à formação de quadros

 

Presidente da República reconheceu a ajuda dada a Angola pelos internacionalistas cubanos Fotografia: Mota Ambrósio | Edições Novembro

Presidente da República reconheceu a ajuda dada a Angola pelos internacionalistas cubanos
Fotografia: Mota Ambrósio | Edições Novembro

2 de Julho, 2019

Cuba é o país que mais tem contribuído para a formação de quadros angolanos, reconheceu ontem, em Havana, o Presidente da República, João Lourenço, que cumpre uma visita oficial de dois dias à ilha caribenha.

Numa conferência na Universidade de Havana, uma das mais antiga e prestigiada da América-Latina, João Lourenço traçou o percurso das relações entre os dois países, sublinhando que, desde os primórdios da Independência, Cuba respondeu prontamente ao pedido de apoio de Angola para formação de quadros.

Perante um auditório composto por professores e estudantes, muitos dos quais angolanos, o Presidente da República lembrou que o convénio assinado em 1976, no domínio da Educação, permitiu mobilizar milhares de professores cubanos para prestarem serviço em Angola.
Em 1977, recordou, Cuba acolheu o primeiro contingente de angolanos com idades entre os 12 e 16 anos, na Ilha da Juventude, muitos dos quais continuaram estudos em diferentes universidades, incluindo a de Havana.

“Os benefícios das nossas relações de cooperação, no domínio do ensino e da formação de quadros são visíveis”, disse o Presidente, referindo-se às “dezenas de milhares de quadros angolanos formados nas áreas da saúde, educação, agricultura, indústria, construção civil, pescas, transportes, geologia e minas, comunicação social, cultura e desportos.

Sublinhou que, na actualidade, no domínio do ensino superior a cooperação está mais voltada para cursos de graduação e pós-graduação, mas os desafios que hoje se colocam a Angola exigem a formação em áreas consideradas estratégicas para o desenvolvido do país.

Anunciou que o Governo angolano está a implementar a Política Nacional de Desenvolvimento de Recursos Humanos, para dar resposta ao conjunto de desafios referentes à melhoria da qualidade do sistema de ensino. Este desafio, disse, passa por uma formação de professores mais exigente.

O Presidente da República acrescentou que Angola pretende que sejam formado em Cuba quadros em “áreas críticas”, dando prioridade àquelas cuja oferta no país é deficitária ou inexistente.
João Lourenço manifestou o desejo de aprofundamento da cooperação entre as instituições cientificas e académicas dos dois países. Sublinhou que o futuro das relações passa pela criação de medidas que possam incrementar a mobilidade dos académicos e investigadores, realizando projectos de investigação conjuntos, orientados para a solução dos problemas da população e da empresas.

O Chefe de Estado considerou “estratégicas” as relações entre os dois países, sublinhando que podem ser elevadas a patamares de excelência. “As relações políticas e diplomáticas entre Angola e Cuba, estabelecidas oficialmente em Novembro de 1975, nunca perderam vitalidade”, enfatizou.

Desafios comuns

Noutra vertente da sua intervenção, o Presidente da República recordou alguns aspectos da gesta heróica entre angolanos e cubanos. “Foi o combate conjunto entre os dois povos que contribuiu, de forma decisiva, para contrariar a agressão das forças externas que pretendiam pôr em causa a soberania e a integridade de Angola”, referiu. Lembrou que angolanos e cubanos partilharam as mesmas trincheiras e lutaram pelos mesmos ideias de liberdade e justiça social.

Os internacionalistas cubanos, acrescentou, constituíram uma importante força de dissuasão contra os que pretendiam impedir a libertação dos povos angolanos, namibiano e sul-africano.
“A África Austral, que durante décadas foi uma das maiores zonas de conflito no mundo, é hoje uma região completamente livre do colonialismo, com democracia e em franco desenvolvimento económico e social”.

O Presidente da República declarou que o “povo angolano ficará eternamente grato aos heróicos combatentes cubanos”, que atravessaram o atlântico “para defenderem os mais elevados valores do ser humano”.

Na sequência da famosa e histórica “Operação Carlota”, lembrou, milhares de cubanos prestaram apoio “não apenas na área militar, mas em muitas outras frentes, em condições adversas e em zonas de difícil acesso”.

Ao responder uma questão colocada por uma estudante cubana, João Lourenço considerou “injusto e desumano” o bloqueio norte-americano contra Cuba. Nos grandes fóruns mundiais, declarou, Angola defendeu sempre o levantamento do embargo contra Cuba, porque o povo sofre com isso.

A reitora da Universidade de Havana, Mirian Micado, sublinhou o facto de milhares de angolanos terem sido formados em Cuba.

O primeiro dia da visita foi marcado pela colocação de uma coroa de flores no Panteão em memória dos combatentes internacionalistas. João Lourenço visitou ainda o Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia e colocou uma coroa de flores no monumento ao Herói Nacional José Martí.

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