Ministro encoraja debate sobre diáspora africana
O ministro da Comunicação Social, João Melo, sugeriu, neste domingo, que a situação das diásporas africanas seja discutida no próximo Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz, a decorrer em 2020, em Angola.
Ao proferir o discurso de encerramento da primeira edição da Bienal, realizada de 18 a 22 de Setembro, em Luanda, o governante afirmou que esse debate deve ser feito pelos africanos.
João Melo entende ser um espaço adequado para analisar não só o grau e a natureza de integração das diásporas africanas nas sociedades a que pertencem, mas também as possíveis formas de colaboração com os países africanos independentes.
Quanto à primeira edição da Bienal da Paz, afirmou que a principal conclusão foi “o apelo para a formação de uma coligação múltipla de parceiros para a capacitação dos povos africanos, para a transformação positiva das sociedades”.
Destacou que isso deve envolver as comunidades económicas regionais, instituições académicas e associações profissionais, organizações internacionais, o sector privado, a sociedade civil, filantropos e personalidades influentes no continente e do exterior.
Disse que foram feitas recomendações e sugestões para que a comunicação social reforce o seu papel como promotora da paz e do desenvolvimento de África.
“O actual governo angolano compreendeu desde o princípio, após as eleições de 23 de Agosto de 2017, a importância de criar no país um sistema de comunicação social aberto, plural, livre e diversificado”, expressou.
Segundo João Melo, essa abertura é reconhecida não só pela sociedade angolana, mas também por organizações internacionais independentes, que têm melhorado a posição de Angola no ranking de liberdade de imprensa.
“Estamos conscientes de que ainda há muito a fazer e vamos fazê-lo”, declarou.
O ministro afirmou que o Executivo angolano aceita o repto de investir na capacitação das pessoas para pensarem e usarem de “modo crítico” as informações que recebem através desses meios, que podem servir para informar e libertar, como manipular grosseiramente, criar a polarização, assediar, estimular o ódio e voltar a escravizar.
A Bienal é uma plataforma que visa desenvolver e consolidar uma cultura de paz e não-violência, desencadeando um movimento Pan-Africano que promova a diversidade cultural e a unidade africana.
Sob o lema “Construir e preservar a paz: um movimento de vários actores”, o evento engajou o Estado angolano, a UNESCO e a União Africana.
Durante cinco dias, acolheu pelo menos 2.800 delegados e participantes provenientes de todo o mundo, dos quais quase 2000 de Angola.
A propósito, João Melo destacou as presenças na Bienal de três Chefes de Estado (Angola, Namíbia e Mali), da directora geral da Unesco, do presidente da Comissão da União Africana, do Prémio Nobel da Paz 2018, da comissária para os assuntos sociais da União Africana e do ex-futebolista Didier Drogba, além de ministros de 13 países.