Governo reafirma combate à seca no sul de Angola

Secretário de Estado Salvador Rodrigues e o embaixador dos Emirados Árabes Unidos Khaleol Bem Ghleita FOTO: NELSON MALAMBA

Secretário de Estado Salvador Rodrigues e o embaixador dos Emirados Árabes Unidos Khaleol Bem Ghleita
FOTO: NELSON MALAMBA

A situação da seca que assola algumas províncias do Sul de Angola deverá ser ultrapassada em breve, com o envolvimento total do Governo, das instituições privadas e de organizações internacionais.

03 Outubro de 2019 | 17h16 – Actualizado em 03 Outubro de 2019 | 18h30

Das províncias da Região Sul, o Cunene é que enfrenta, há oito meses, a mais severa estiagem da sua história, que já deixou mais de 800 mil famílias e mais de um milhão de bovinos à beira da morte.

São, no total, 857 mil 443 pessoas a viver os efeitos da estiagem e um milhão e 100 bovinos em risco de morte, por fome ou por sede. A falta de chuva prejudica a agricultura de subsistência.

Estas palavras foram expressas hoje (quinta-feira), no município de Viana, em Luanda, pelo secretário de Estado do Interior para o Asseguramento Técnico, Salvador Rodrigues, em declarações à imprensa, durante a cerimónia de entrega de bens alimentares feito pela embaixada dos Emirados Árabes Unidos.

De acordo com o responsável, estes produtos entregues à Presidência da República de Angola, através do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, reforça as ajudas de outras instituições, tanto nacionais como estrangeiras.

O Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário dos Emirados Árabes Unidos em Angola, Khaleol Bem Ghleita, disse que a iniciativa está inserida no âmbito da cooperação entre os dois países, tendo como objectivo mitigar à seca que se regista em algumas províncias do Sul.

Indicou, entretanto, que em função das boas relações existentes entre os países, em todos os sectores, a associação Sharjah Charity fez a entrega de donativos para 350 famílias.

Esta doação, que marca o início para futuros apoios, demonstra a relação especial entre os Emirados Árabes Unidos e a República de Angola.

Foram oferecidos 350 sacos de arroz, mesmas quantidades de feijão e de bidões de 25 litros de óleo alimentar.

A propósito do fenómeno, em Abril deste ano, o Governo aprovou um pacote financeiro fixado em 200 milhões de dólares para solucionar problemas estruturantes ligados aos efeitos destrutivos na província do Cunene.

Em despacho, o Titular do Poder Executivo determinou que os sectores correspondentes desencadeassem os procedimentos de contratação, por concurso público, dos serviços para a edificação de um conjunto de obras com aquele fim.

Em concreto, o Presidente da República orientou que se construa um sistema de transferência de água do rio Cunene, que partirá da localidade de Cafu até Shana, nas áreas de Cuamato e Namacunde.

A obra está estimada em kwanzas o equivalente a 80 milhões de dólares.

Um segundo projecto será a construção de uma barragem na localidade de Calucuve e o seu canal adutor associado, num custo global de 60 milhões de dólares, correspondentes em moeda nacional.

Será também construída outra barragem e o respectivo canal adutor, na localidade de Ndue, também no valor de 60 milhões de dólares, equivalentes em kwanzas.

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