Angola mantém-se na categoria de desenvolvimento médio

10 Dezembro de 2019 | 08h39 – Actualizado em 10 Dezembro de 2019 | 08h39

Angola tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,574, o que mantém a permanência na categoria de “desenvolvimento médio”, segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) 2019, lançado segunda-feira, na Colômbia.

No documento de 2018, a média de Angola era de 0,581, posicionando-se em 149 dos 189 países e territórios considerados, colocando o país abaixo da média de 0,634 para o grupo de desenvolvimento humano médio.

No entanto, quando se desconta ao IDH de Angola o valor da desigualdade, o IDH cai de 0,574 para 0,392- uma perda de 31,8% devido à desigualdade na distribuição dos índices da dimensão do IDH.

IDH é uma medida de desenvolvimento de um país, que avalia não só os aspectos económicos mas também sociais, considerando que não é apenas a economia que mede o avanço de uma população.

Serve também como uma medida para avaliar o progresso a longo prazo das três dimensões básicas do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e padrões de vida decente.

O RDH 2019 inclui também o Índice de Desenvolvimento de Género, que mostra que o valor do IDH feminino para Angola é de 0,546 em contraste com 0,605 para os homens.

Desde 1990, a esperança de vida em Angola aumentou 15,5 anos, para atingir 60,8 anos, em média, no RDH 2019. O Relatório revela também que a população tem, em média, 11,8 anos esperados de escolaridade e 5,1 anos médios de escolaridade.

O rendimento nacional bruto (RNB) per capita de Angola foi estimado em 5555USD em paridade de poder de compra.

Destaca-se em Angola, o lançamento dos novos dados sobre o desenvolvimento feito pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), depois da finalização do RDH 2019, a apresentação do Relatório sobre a Pobreza Multidimensional dos Municípios de Angola  e  o lançamento do Relatório Final do Inquérito de Despesas, Receitas e Emprego em Angola (IDREA 2018-2019).

África 

O RDH 2019 revela que África tem feito progressos significativos em termos de desenvolvimento humano. Por exemplo, desde 1990 a esperança de vida tem aumentado de mais de 11 anos em média na região.

O relatório destaca que pela primeira vez este ano, um país africano – Seychelles – integra o grupo de desenvolvimento humano alto.

Quatro países – Botswana, Gabão, Ilhas Maurícias e África do Sul – estão agora no grupo de alto desenvolvimento humano e 12 países – Angola, Cabo Verde, Camarões, Congo, Guiné Equatorial, Eswatini, Ghana, Quénia, Namíbia, São Tomé e Príncipe, Zâmbia e Zimbabwe – fazem parte do grupo de desenvolvimento humano médio.

O RDH 2019 revela que a desigualdade permanece muito alta na maioria dos países africanos. É, igualmente, nesta região que se regista mais perdas no valor do IDH 2019, quando se consideram os dados do Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade 2019, que mostra a distribuição desigual nas dimensões de educação, saúde e padrões de vida.

A África do Sul experimenta a maior taxa de desigualdade de renda do mundo. Mais da metade da renda do país é detida pelos 10% mais ricos.

No entanto, ao mesmo tempo, existem contra-tendências encorajadoras, como é o caso do Burkina Faso que teve a maior diminuição da região na desigualdade de renda em 40%, cerca de duas vezes mais rápido que a média.

A desigualdade de renda também diminuiu em Eswatini, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Lesoto, Mali e Namíbia.

O Relatório evidencia o desafio duplo para as nações africanas será garantir que os que estão mais para trás conseguem progredir e ter o essencial e, simultaneamente, assegurar que os outros conseguem acompanhar as novas exigências do mundo.

FacebookTwitterGoogle+