PR inaugura Centro de Hemodiálise no Benfica

O novo centro de hemodiálise foi visitado demoradamente pelo Presidente da República, que percorreu cada uma das suas áreas essenciais. Foto: CIPRA

O novo centro de hemodiálise foi visitado demoradamente pelo Presidente da República, que percorreu cada uma das suas áreas essenciais.
Foto: CIPRA

A província de Luanda ganhou, nesta segunda-feira, um centro de hemodiálise no distrito urbano do Benfica, município de Talatona, inaugurado pelo Presidente da República, João Lourenço.

A infra-estrutura conta com 70 máquinas com capacidade para atender a pelo menos 210 pacientes/dia, em três turnos rotativos.

Prevê-se, entretanto, que a capacidade do Centro de Hemodiálise Sol possa vir a aumentar, em breve, para um total de 420 pacientes/dia.

Equipado com tecnologia de ponta, é considerado um dos maiores centros de especialidade (hemodiálise) do país.

A entrada em funcionamento deste centro vem aumentar a capacidade de tratamento dos doentes renais da capital, que já é feito nos hospitais Josina Machel e do Prenda.

De acordo com a especialista Maria Zelia Kieto, que trabalha na área de diálise há oito anos, o Centro de Hemodiálise Sol “vem conferir dignidade aos pacientes, dada a sua qualidade e modernidade, desde as instalações até aos equipamentos e atendimento”.

Indicou que os pacientes do centro vão receber tratamento diferenciado, tendo sempre em conta a particularidade do seu estado.

Para tal, a coordenadora Carla d’Oliveira, que trabalha em hemodiálise há 18 anos, conta com uma equipa constituída por 65 técnicos de enfermagem, 15 enfermeiros licenciados, quatro médicos nefrologistas, 11 residentes e igual número de vigilantes.

Inclui cinco psicólogos e o mesmo número de secretários clínicos, um assistente social, três nutricionistas e dois gestores administrativos.

Essa equipa de profissionais, da 13a. Unidade de Tratamento da Insuficiência Renal no país, vai trabalhar com indivíduos, na maioria da faixa dos 30 anos, que tenham falência dos rins.

As sessões duram até quatro horas e serão realizadas três vezes por semana, nos períodos das 6h às 11h, das 12h às 16h e das 17 às 21h.

Os pacientes do Centro Sol vão dispor de uma ambulância para auxiliar na transferência de doentes descompensados.

Insuficiência renal: uma doença silenciosa

A hemodiálise é um tratamento para pacientes com insuficiência renal aguda ou crónica. Em Angola, estima-se que existam entre 1500 e 1600 pessoas com essa doença.

Conforme a ministra da Saúde, Silva Lutukuta, o Governo angolano gasta, por ano,15 biliões de kwanzas no tratamento de 1.621 doentes que fazem hemodiálise.

A governante informou, recentemente, que anualmente são alocados cerca de 12 por cento do orçamento destinado ao sector da Saúde para tratamento de doentes com hemodiálise.

Salientou que um transplante, dependendo do tipo de necessidade e das condições, pode custar entre 50 mil e 200 mil dólares.

Actualmente, a mortalidade causada por estas doenças em Angola é preocupante, e os custos relacionados com a evacuação e tratamento no exterior são elevados, impossibilitando, na maioria dos casos, o seu tratamento.

O aumento de casos de doentes no território nacional com patologias hemato-oncológica,  linfomas, leucemias, anemias de células falciformes, aplasias medular, cujo único tratamento colectivo consiste no transplante do progenitor, configura, também, preocupação para as autoridades, que pode ser aliviada com o início de transplantes no país.

O Parlamento angolano aprovou, este ano, a Lei sobre Transplantes de Tecidos, Células e Órgãos Humanos, que responde à necessidade de assegurar, no país, o tratamento de diversas doenças por meio de transplante.

Com a aprovação do diploma, os hospitais públicos e privados estão autorizados por lei, pela primeira vez em Angola, a fazer o transplante de órgãos humanos a pacientes com insuficiência renal e com outras doenças que precisem de transplante da medula óssea ou com problemas oculares que necessitem do transplante da córnea.

Em Angola, do universo de pelo menos 30 mil pacientes, apenas 1.621 fazem hemodiálise.

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