ANGOLA PREPARA CENSO 2024 COM TRÊS ANOS DE ANTECEDÊNCIA
O ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos, anunciou, nesta quarta-feira, o arranque, a partir deste ano, dos preparativos para a realização “sem sobressaltos” do Recenseamento Geral da População e Habitação de Angola, Censo 2024.
O primeiro recenseamento do gênero, após Angola independente, decorreu de 16 a 31 de Maio de 2014 e os resultados globais definitivos apontavam para uma população nacional acima dos 25,7 milhões de pessoas, número que terá já alterado.
Em declarações à imprensa no final da primeira reunião do Conselho Nacional de Estatística (CNEST), Sérgio Santos referiu que o arranque dos preparativos do Censo 2024 consta do Plano Anual do Sistema Estatístico Nacional (SEN) para o exercício económico 2021, aprovado pelo referido órgão (Conselho), nesta quarta-feira.
“Dez anos de depois, temos de fazer o Censo com base no que aprendemos em 2014. Temos de começar a preparar o Censo imediatamente”, afirmou o governante, que é também o presidente da CNEST.
Neste ano de 2021, de acordo com o ministro, o Instituto Nacional de Estatística (INE) começa a lançar as bases definitivas para que o Censo seja preparado com a devida antecedência.
Actividades como formação do pessoal a ser envolvido nesta empreitada, a elaboração orçamental e financeira, e o cronograma que será seguido, a revisão do pacote legal e envio à Assembleia Nacional para sua aprovação são, entre outras, acções a ter-se em conta nestes preparativos.
Em 2022 e 2023, os trabalhos vão incidir sobre a atualização da cartografia do país, a elaboração dos questionários, montagem dos gabinetes censitários, para que em 2024 comece o processo.
Para o Censo 2024, que vai contar com o apoio de parceiros internacionais, quer-se evitar algumas falhas registadas no Censo 2014, entre as quais, a demora na divulgação dos resultados, de acordo com Sérgio Santos.
Recenseamento Agro-pecuário retoma
O Plano Anual do Sistema de Estatística aprovado prevê também o retorno dos trabalhos sobre o Recenseamento Agro-pecuário e Pescas (RAPP) 2018-2019, que sofreu um interregno, em 2020, devido à covid-19. O término deste processo está previsto para este ano, e os resultados serão divulgados assim que forem compilados os números.
Além do RAPP, que é uma operação estatística que tem como objectivo obter indicadores essenciais que permitem conhecer a caracterização das estruturas agrária, pecuária e piscatória em Angola, retomam, de igual modo, os inquéritos sobre os indicadores múltiplos de saúde, o IDREIA, que mede as despesas, receitas e o nível de pobreza no país, bem como o emprego.
Para estas acções, Sérgio Santos garantiu haver condições financeiras e humanas para a retoma desses inquéritos, contrapondo assim os comentários que se fizeram em torno deste processo, segundo os quais, foram suspensos por falta de recursos financeiros.
Ainda sobre o Recenseamento Agro-pecuário e Pescas (RAPP) 2018-2019, a diretora geral do Instituto Nacional de Estatística, Chaney John, garantiu que, na próxima semana, começa a formação dos agentes de campo para as áreas de exploração familiar e empresarial.
“Devido à pandemia, o RAPP tem sido uma actividade muito difícil, mas vamos trabalhar para concluirmos o processo ainda este ano”, justificou a responsável sem, no entanto, avançar datas do seu término, numa altura em que Angola vive os ecos do dia Nacional da Estatística (7 de Fevereiro).