Mensagem por ocasião do 4 de Abril Dia da Paz e da Reconciliação Nacional
Minhas senhoras,
Meus senhores,
Constitui o 4 de Abril, desde o ano de 2002, uma data de transcendente significado para todas as angolanas e angolanos, quando se consagrou como o Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, após a assinatura, no Lwena, do Memorando de Entendimento entre o Governo e a UNITA que pôs fim a um conflito armado fratricida que durante décadas dilacerou tragicamente o destino do Povo angolano, devorando a vida a muitos dos seus filhos, causando incomensuráveis prejuízos materiais, inviabilizando e comprometendo o desenvolvimento do país.
O Dia da Paz e da Reconciliação Nacional deve, por isso, ser também celebrado como o marco do grande gesto histórico da tolerância e magnanimidade de quem, sendo vencedor, estendeu a mão num abraço verdadeiro de fraternidade inclusiva e solidariedade, compartilhou a vitória e tornou todos vencedores, na certeza de que só juntos é possível construir a paz e a felicidade de todos e engrandecer a Pátria.
O Dia da Paz e da Reconciliação Nacional é, por isso, a jornada do amplo abraço da unidade na diversidade, do respeito pela diferença , da tolerância de todos para com todos, em torno de valores e princípios que alicerçam a coesão nacional, baseado num sistema político democrático, capaz de salvaguardar e defender a honra e dignidade humanas, garantindo a liberdade de pensamento e de expressão e de todos os demais direitos e liberdades fundamentais.
O Dia da Paz e da Reconciliação Nacional é também uma data de exortação, de evocação das realizações e êxitos alcançados, no período pós-guerra, nas mais distintas esferas da vida económica e social, dos ganhos obtidos com a reconstrução nacional e a criação das bases para um desenvolvimento sustentável e sustentado. É também o despertar da consciência de que a Pátria nos pode dar, o que todos por ela formos capazes de fazer conjuntamente, conjugando sinergias com a consciência que a democracia é tão importante para a paz e o desenvolvimento, como o são a paz e o desenvolvimento para a democracia, tal como é a justiça social tão essencial para o desenvolvimento harmónico e sustentável da sociedade.
Numa altura em que a pandemia afecta todas as nações e, por toda a parte, se vão fazendo sentir os seus efeitos adversos, exigindo resiliência para se lhe fazer frente, o espírito de paz, tolerância, solidariedade e unidade que caracterizam o 4 de Abril, se torna de presença mais premente no pensamento das angolanas e dos angolanos, que também se encontram a viver no estrangeiro.
Muito obrigado.
Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola em Portugal
Carlos Alberto Saraiva de Carvalho Fonseca