MINISTRO APONTA DIÁLOGO PARA DIRIMIR CONFLITOS NAS IGREJAS
O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, afirmou, nesta terça-feira, em Luanda, que os conflitos internos nas congregações religiosas devem ser dirimidos com a adopção de medidas equilibradas e diálogo permanente.
Conforme o governante, que falava durante um encontro com líderes religiosos, a resolução dos conflitos internos das igrejas exige diálogo, senso comum e sabedoria, com base na boa convivência.
Jomo Fortunato adiantou que o Estado vai procurar manter o diálogo permanente com as igrejas, como o melhor caminho para os problemas sociais, destacando o importante papel na socialização da sociedade.
Em relação ao processo de reconhecimento de igrejas, o ministro destacou a necessidade da revisão dos critérios usados, para que as boas práticas doutrinárias possam se reflectir na sociedade.
Para Jomo Fortunato, que não especificou os critérios, pretende-se evitar a legalização de confissões religiosas cujas práticas são contrárias à convivência salutar entre os angolanos, evitando, desta forma, o surgimento de igrejas cujas doutrinas contribuem para a desestruturação das famílias.
“A melhoria dos critérios usados pelo Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos (INAR) no reconhecimento de confissões religiosas vai permitir a existência de igrejas cujas acções reflectem as boas práticas na sociedade”, reforçou.
Segundo o governante, a intenção é evitar a implementação, nas comunidades, de igrejas que incentivam práticas/acusações de feitiçaria, entre outras acções maléficas, que contribuem para a separação familiar, mudança de comportamentos.
Em relação ao encontro, adiantou que serviu para se analisar a relação entre a igreja e o Estado.
Por sua vez, a líder da Igreja Teosófica Espírita, Profetiza Suzete João, destacou o apoio do Estado às causas solidárias da Igreja e o seu contributo na resolução dos problemas sociais do país.
“A igreja vai continuar a trabalhar na sensibilização, educação e na moralização da sociedade, e apoiar as comunidades com material de biossegurança, cestas básicas e máscaras”, explicou.
Já o Bispo da Igreja Tocoísta, Dom Afonso Nunes, considerou que o encontro serviu, principalmente, para os líderes religiosos apresentarem as suas inquietações e encontrarem, com o Governo, soluções para os problemas sociais.
Para Dom Afonso Nunes, reuniões do género devem ser permanentes, para que o Governo possa perceber o tecido social angolano e compreender as grandes inquietações da igreja.
Dados do INAR referem que 81 igrejas estão reconhecidas no país, 97 por reconhecer e 16 a serem credenciadas.