PR DEFENDE PARCERIA UA E COMUNIDADE DO CARIBE

O Presidente da República, João Lourenço, defendeu, nesta terça-feira, maior cooperação entre a União Africana (UA) e a Comunidade do Caribe (CARICOM), nos domínios do desenvolvimento económico inclusivo e sustentável, bem como do desenvolvimento humano e social.

Ao intervir numa cimeira virtual de Chefes de Estado e de Governo de África e da Região do Caribe, o Presidente João Lourenço defendeu igualmente uma cooperação no domínio do meio ambiente, da gestão de recursos naturais e das mudanças climáticas.

Na sua intervenção na iniciativa, que se realiza pela primeira vez, o Chefe de Estado angolano referiu que a cooperação entre as duas organizações deve estender-se para o segmento dos Direitos Humanos, democracia, boa governação e do combate ao terrorismo e ao crime organizado.

O Estadista angolano reconheceu que as trocas comerciais entre os países de África e da Comunidade Caribenha são bastante reduzidas, embora exista um imenso potencial na cooperação entre ambas as organizações nos domínios da energia, do turismo e da prevenção e protecção do ambiente.

Durante o encontro, que decorreu na tarde de hoje, João Lourenço afirmou que Angola está a desenvolver um programa de construção de infraestruturas para responder aos problemas recorrentes da seca e das cheias no sul do país.

Disse tratar-se de um problema global que assola não apenas África como também as ilhas caribenhas, com os repetidos ciclones, furacões, terramotos e cheias.

“Uma troca de experiência neste domínio seria mutuamente vantajosa e benéfica para ambas as organizações”, observou.

Sobre o reforço da cooperação no domínio do comércio, o Presidente da República disse que poderá passar por uma interação entre o secretariado da Zona de Livre Comércio da União Africana com a Organização dos Países da África, Caraíbas e Pacífico, na base de um possível acordo de livre comércio com os países da comunidade Caribenha.

Bienal de Luanda

Lembrou que Angola acolherá de 4 a 8 de Outubro de 2021, a segunda Bienal de Luanda sobre o fórum Pan-africano para Paz e Cultura, organizada em parceria com a UNESCO.

O Presidente João Lourenço sublinhou o facto de este evento constituir uma excelente plataforma para o estreitamento das relações históricas, culturais e de irmandade entre a União Africana e a Comunidade Caribenha.

Contribuição à causa de África

No seu discurso, o Chefe de Estado angolano enalteceu a contribuição de nacionalistas das ilhas caribenhas, como o poeta e dramaturgo Aimé Césaire, para a emancipação dos movimentos sindicais e políticos pró-independentistas em África, nos anos 50 e 60, bem como para a evolução e afirmação da corrente ideológica e intelectual do pan-africanismo.

A referida corrente era liderada por figuras como Leopold Senghor,  Kwame Nkrumah, Houephet Boigny, Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Sekou Touré e tantos outros estadistas que estiveram na origem da fundação da então Organização da Unidade Africana.

João Lourenço recordou o facto da cimeira virtual de Chefes de Estado e de Governo de África e da Região do Caribe realizar-se dias depois de se ter celebrado, a 31 de Agosto, o Dia Internacional das Pessoas de Descendência Africana, instituído pelas Nações Unidas em Dezembro de 2020.

Interesses geopolíticos

O Presidente angolano manifestou satisfação a recente decisão adoptada pelo nível do Conselho de Segurança das Nações Unidas, pela União Africana e a CARICOM, de coordenarem esforços para uma melhor defesa dos interesses geopolíticos, através da configuração do A3+1, actualmente coordenado pela República do Kenya.

Ficamos gratos, prosseguiu o Chefe de Estado, pelo apoio prestado pelo A3+1 aquando da minha deslocação ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a 23 de Junho do presente ano, para transmitir a mensagem dos líderes da Conferência Internacional para a  Região dos Grandes Lagos, sobre a necessidade do levantamento do embargo de armas imposto pelo Conselho de Segurança à República Centro Africana.

O foco da primeira cimeira África-CARICOM foi a integração política entre os países de ambas as regiões transatlânticas, a gestão do impacto da pandemia da Covid-19, a Economia Azul e a conectividade de transportes, as Alterações Climáticas e Vulnerabilidade e a promoção de investimentos comerciais e integração económica, entre outros temas.

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