Circuito Internacional de Teatro prepara distinção a Agostinho Neto
A próxima edição do Circuito Internacional de Teatro (CIT), em 2022, vai promover mais de cem espectáculos de teatro, de Julho a Setembro, com a participação de igual números de grupos, em homenagem ao centenário do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, informou, ontem, em Luanda, a organização.
Adérito Rodrigues reconheceu que o espaço é um dos poucos, de raiz, para o teatro, construído no período pós-colonial, com papel de relevo na divulgação das artes, actualmente sob a orientação da actriz, encenadora e cineasta angolana Maria João Ganga.
O festival, que decorreu sob o lema “Cultura para Todos”, atribuiu, ainda, um certificado de reconhecimento ao grupo de teatro Twayovoka, de Benguela, pelo percurso histórico e todo o trabalho feito na massificação das artes dramáticas nacionais.
O director do CIT informou que apesar das dificuldades materiais e financeiras, os grupos de teatro convidados para esta edição demonstraram, ao longo da actividade, a importância de haver maior divulgação da identidade cultural angolana.
Este ano, nos palcos dos municípios de Benguela, actuaram os grupos locais e os provenientes das províncias de Luanda, Cuando Cubango, Namibe, Cuanza Sul, Huambo e Bié, com destaque para o Enigma, Monumental, Cadjud, Paulo Teixeira Jorge, Bisma, Horizonte de Arte e S.O.S.
Nos palcos de Luanda, a organização contou apenas com grupos da capital, com realce para o Elinga, Miragens, Pitabel, Kamba Arte, Cearte, Excesso de Cor, Renascer do Sol, Njila Teatro e Bando Justiça e Arte.
No final do CIT, todos os grupos participantes receberam as respectivas distinções. “Com um total de 23 espectáculos , um dos maiores desafios desta edição foi apostar na realização de um festival com elevada qualidade técnica”, explicou.
Momentos e distinções
O encerramento do CIT 2021, que aconteceu na passada quinta-feira, dia 16, ficou marcado pelo musical “Galáxia”, do grupo Enigma, espectáculos de dança tradicional e moderna com o grupo Tremura Show e uma exposição de pintura do Atelier Lucengomono.
Este ano, pela primeira vez, o CIT realizou-se em duas províncias, sendo a primeira Benguela (de 30 de Julho a 29 de Agosto) e depois Luanda (de 2 a 16 de Setembro).
No final do festival, foram distinguidas as actrizes Cláudia Bezerra e Anacleta Pereira, bem como Virgílio António (artista CIT), Walter Cristóvão (prémio carreira), Pinto Nsimba (dirigente CIT). O prémio Ubuntu, em Benguela, foi atribuído ao grupo Ombaka, que recebeu o prémio de 75 mil kwanzas. Já em Luanda, o prémio Ubuntu foi atribuído ao Njila Teatro, que recebeu o mesmo valor.
O Núcleo Monumental de Benguela recebeu o prémio de figurino CIT, enquanto a actriz Iriane Francisco foi a melhor do festival, ao lado de Alexandre J. Alexandre que foi o melhor actor. O prémio artista revelação, do espaço Cena Livre, foi atribuído à actriz Eugênia Muti, do Cuando Cubango, que recebeu 50 mil kwanzas e 74 livros.
Valdemar Francisco foi distinguido como o melhor encenador do festival, enquanto a Companhia do Ceart recebeu o valor de cem mil kwanzas, por ser o melhor grupo deste ano.
O último dia do festival de teatro contou, ainda, com a presença do vice-governador da capital, Dionísio da Fonseca, do Secretário Permanente da Comissão Nacional de Angola para Unesco, Alexandre Costa, do administrador municipal de Talatona, Rui Duarte, e do director provincial de Luanda da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto, Manuel Gonçalves.
O CIT é a principal plataforma do projecto “Cultura para Todos” e desde a sua criação já homenageou várias figuras das artes cénicas e da cultura nacional, com realce para José Mena Abrantes, Agnela Barros, Fragata de Morais, Manuel Sebastião e Diogo Colombo.
O “Cultura para Todos” é uma iniciativa artístico-cultural, cuja missão é a formação do homem para a manutenção da Paz e o fortalecimento cultural.