Governo defende maior divulgação dos feitos de Mandume

Túmulo do Rei Mandume

O governador provincial em exercício do Cunene, Apolo Ndinoulenga, defendeu neste domingo, em Oihole, município do Cuanhama, província do Cunene, maior divulgação do percurso histórico do Rei  Mandume ya Ndemufayo, para servir de exemplo para as novas gerações.

Apolo Ndinoulenga discursava no acto de celebração do 105º aniversário da morte de Mandume ya Ndemufayo, o destemido herói da resistência à ocupação colonial portuguesa, na região Sul de Angola, que se assinala a 06 de Fevereiro.

Na ocasião, o governante desafiou os historiadores, antropólogos, arqueólogos e linguistas a pesquisarem mais a trajectória e os feitos de Mandume e dos outros 17 soberanos que passaram pelo Reino do Kwanyama (cuanhama), para despertar a consciência nacional.

Considerou que se deve conhecer os aspectos positivos ligados ao patriotismo destes, na perspectiva de um conjunto de princípios que transmitiam aos seus povos, pois Mandume procurou restaurar a ordem social, a riqueza e a prosperidade do Reino.

Fazendo recurso à história, lembrou que o soberano conseguiu expulsar do seu território comerciantes portugueses, denunciando a inflação de preços que estes praticavam e procurou restaurar um Reinado forte, contra um sistema decadente.

No seu entender, viver o 6 de Fevereiro é reflectir em torno de um homem que nunca aceitou a subjugação dos europeus, que na altura se expandia pelo continente africano.

Apolo Ndinoulenga realçou que a determinação do rei Mandume dificultou o projecto de implantação da administração colonial, impondo duras derrotas às tentativas de ocupação do seu território, o que levou os europeus a aliarem-se para o derrotar.

Para enaltecer a figura do rei, o Governo construiu, em 2000, na localidade do Oihole, a 45 quilómetros da cidade de Ondjiva, um Complexo Turístico em sua memória.

Mandume ya Ndemufayo

Pertencente ao reino mais poderoso da tribo Ambós, Mandume ya Ndemufayo comandou os destinos do povo Kwanyama num dos períodos mais difíceis da história da região sul, de 1911 a 1917.

Filho do Rei Ndemufayo e da Rainha Ndapona Shikende, Mandume nasceu em 1891, na localidade de Mbulunganga, nas terras do Reino Kwanyama, tendo ascendido ao trono com 23 anos de idade, sucedendo o tio materno, Rei Nande Yahedimbi.

Há várias versões sobre a sua morte, mas os Kwanyamas contam que, depois de intensos combates, já ferido e apercebendo-se que o Reino seria dominado pelos colonialistas portugueses, preferiu suicidar-se a ser capturado e subjugado.

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