UEA confere posse a novos membros

F. Tchicombo, Adriano Mixinge, Elsa Bárber, Sandra Poulson, Adalberto Luacuti, Bendinho Freitas, Carlos Cabombo, João Fernando André, Kandimblé, Mbangula Katúmua e Soberano Canhanga são os novos membros admitidos na União dos Escritores Angolanos (EUA), em cerimónia realizada este sábado, às 10H00, no Jango daquela agremiação. 

A actividade foi marcada com simbolismo, com David Capelenguela, o Secretário- Geral da organização, nas boas-vindas, destacando o surgimento da UEA, 29 dias apôs a Independência Nacional, e o papel desempenhado na divulgação de livros como “Sagrada Esperança”, de Agostinho Neto, “A Cidade e a Infância”, de Luandino Vieira, bem como as obras de Arnaldo Santos, Raúl David, Uanhenga Xitu e muitos outros.

Luís Kandjimbo, presidente da Mesa da Assembleia, destacou a importância daquela casa de cultura, utilizando um trecho de uma música produzida com base num texto de Filipe Zau. “Esta casa é de respeito e quem faltar respeito leva soco no peito”. Os novos membros foram unânimes em reconhecer o prestigio da UEA e comprometeram-se a dar continuidade ao legado deixado pelos seus fundadores.

Na casa de escritores, a música esteve em evidência com as presenças de Duo Canhoto, do trovador Raízes e de Cândido Ananás, este último que teve a responsabilidade de anunciar os novos membros, através de numa canção com trechos das obras literárias de cada um dos novos empossados, cabendo a primazia à escritora Elsa Bárber, que pretende promover o espaço para a leitura e o seu engajamento no segmento infantil.

Das mãos de Luís Kandjimbo, o escritor F Chicombo foi o primeiro a receber o cartão de membro e reiterou ser fiel aos ideais da União dos Escritores Angolanos. Coube ao escritor Aguinaldo Cristóvão entregar a João André, jovem escritor disposto a aprender e a contribuir com ideias novas. Amélia da Lomba formalizou a entrada a Carlos Cabombo, que rendeu homenagem aos escritores antigos e de quem muito bebeu para estar no patamar onde se encontra hoje.

Sandra Poulson não falou de improviso. Depois de David Capelenguela torná-la “confrade” da casa, agradeceu a entrada, socorreu-se de um pequeno pedaço de papel e levou os presentes à reflexão sobre a distinção entre escritor e autor, realçando a responsabilidade do escritor como um fazedor de opinião. o escritor e advogado David Filho legitimou outro homem da área do Direito, Adalberto Luacuti, que manifestou a sua satisfação na seguinte frase: “antes repórter, agora reportado”.

Dois estudiosos das artes e letras também se encontraram. Akiz Neto deu o passe de identidade a Adriano Mixinge, que defendeu uma refundação da União e aposta em encontros de escrita criativa, leitura e na cadeia de produção (edição, publicação e distribuição). Dois novos membros também entregaram os novos passes a confrades da mesma safra: Aldalberto Luacuti e F. Tchikondo e Mbangula Katúmua e Soberano Cannyanga.

O primeiro jovem escritor, forjado no associativismo em Benguela, optou por falar do seu percurso na leitura iniciada nas obras “Aventuras de Ngunga” e “Sim, Camarada” da colecção KK no passado da UEA, instituição a que Mbangula Katúmua pretende dar o seu melhor.

O escritor Pombal Maria outorgou o poeta e amigo Bendinho Freitas, que manifestou o desejo de contribuir e agregar valores na confraria. Kandimblé também valorizou esta entrada e reconheceu que agora as responsabilidades serão maiores.

A UEA tem mais de uma centena de membros e agendada, para o próximo sábado (12), uma Assembleia-Geral Ordinária, durante a qual os novos membros serão apresentados, e  analisados os relatórios de contas e o anúncio das próximas eleições.

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