PR João Lourenço condecorado com a Ordem Amilcar Cabral de 1º Grau

O Presidente da República, João Lourenço, foi condecorado, esta terça-feira, em Mindelo (Cabo Verde), com a Ordem Amilcar Cabral de 1º Grau.

O estadista angolano foi condecorado com a mais alta distinção de Cabo Verde, em reconhecimento a forma intensa e determinada como tem trabalhado para o reforço das relações entre os dois países.

A condecoração ocorreu durante a jornada de trabalho, que João Lourenço, acompanhado do seu homólogo cabo-verdiano, José Maria Neves, desenvolveu na segunda maior cidade do arquipélago, no quadro da sua visita de Estado, de três dias a Cabo Verde.

Ao discursar na cerimónia de condecoração, o Chefe de Estado angolano  afirmou que a homenagem serve de estímulo aos esforços tendentes ao estreitamento dos laços, que unem angolanos e cabo-verdianos, em favor do progresso, do crescimento económico e do bem-estar das populações dos dois países.

“Me sinto profundamente honrado por estar a ser hoje agraciado com a mais elevada distinção do Estado Cabo-Verdiano, num contexto em que decorre a visita de Estado, durante a qual tenho tido a oportunidade de abordar todos os assuntos que podem contribuir, de forma expressiva, para o estreitamento contínuo dos laços de amizade, de solidariedade e de cooperação”, asseverou.

João Lourenço, que considerou ser um motivo de grande orgulho, interpreta a homenagem, não como um acto de natureza pessoal, mas como um gesto de reconhecimento do papel que o povo angolano desempenhou, com profunda entrega, no quadro da luta do Movimento de Libertação Nacional Africano, pela erradicação do regime do Apartheid na África do Sul e consequente libertação da África Austral.

“É ainda maior a minha emoção, por estar a partilhar este momento com os cabo-verdianos, que geraram um dos melhores filhos de África, um intelectual de craveira internacional, e com uma estatura profundamente humanista, em quem nos inspiramos para a gesta libertadora em que nos envolvemos, ao longo de décadas, na luta contra a dominação colonial em África”, salientou, referindo-se a Amilcar Cabral.

Recordou que Amílcar Cabral é uma respeitável figura africana, “que prestigia e dá nome a honrosa medalha que acaba de me ser atribuída”.

“Somos partícipes da construção das nossas nações e herdeiros do legado de Amílcar Cabral, de Agostinho Neto e de outras figuras da história contemporânea de África, por isso cabe-nos a responsabilidade de sermos os continuadores da obra humanista, que nos deixaram como herança, do patriotismo que lhes movia, do sentido de justiça que impregnavam em todos os seus actos e do amor que nutriam pelos seus povos, pelos quais dedicaram grande parte das suas vidas, em prol do resgate da dignidade do homem africano”, salientou.

João Lourenço adiantou estar em Cabo Verde, para transmitir o sentimento de simpatia e de amizade que liga os dois povos irmanados por uma história comum, pelo convívio salutar que se desenvolveu ao longo de décadas e que se mantém na relação fraterna e sempre amigável que se estabeleceu entre Angola e Cabo Verde.

Breve historial

Nacionalista e pan-africanista, Amilcar Cabral esteve ligado a luta de libertação nacional, na qualidade de presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) .

Símbolo da resistência ao colonialismo em África, Amilcar Cabral nasceu a 12 de Setembro de 1924, em Bafatá, na Guiné-Bissau.

Foi assassinado, a 20 de janeiro de 1973, em Conakry, República da Guiné, oito meses antes da declaração da independência da Guiné-Bissau, feita de forma unilateral, a 24 de Setembro de 1973, por João Bernardo Vieira “Nino Vieira”.

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