Historiadores traçam manual sobre a História dos PALOP

Em declarações à Angop, à margem da I Reunião Metodologia, Rosa Cruz e Silva referiu que a Comissão tem o apoio de especialistas no domínio da História, sobretudo aqueles que já trabalham nesta temática e participaram nos colóquios e seminários realizados em Angola e Cabo Verde.

Historiadores dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) iniciaram, ontem, em Luanda, discussões técnicas para a elaboração do manual que retrata a história da luta de libertação dos respectivos Estados.

A reunião, com duração de dois dias, surge na sequência da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo do Fórum PALOP, decorrida, em Abril do ano passado, em Luanda, por videoconferência.

Em concreto, os participantes procuram articular questões relacionadas com o volume, a estrutura e temas a serem desenvolvidos na obra.

Segundo a historiadora angolana Rosa Cruz e Silva, o objectivo é garantir a preservação do legado histórico e dos monumentos constituídos pelos campos de concentração, onde estiveram os nacionalistas destes países.

Para a implementação do projecto de elaboração da História sobre a luta de libertação dos PALOP, explicou que Angola contribui com um milhão e 800 mil euros.

No caso de Angola, adiantou, pretende-se retomar, no manual, entrevistas de antigos combatentes e conteúdos escritos e orais que retratam a história do país.

A historiadora acrescentou que a Comissão, de carácter institucional, vai dedicar-se à recolha de entrevistas aos sobreviventes e antigos combatentes da Guiné-Bissau, Cabo Verde e Angola, bem como nas instituições e movimentos de libertação que se fixaram em vários pontos do mundo, como Argélia, Marrocos, na República da Guiné e no Ghana.

“As equipas vão desdobrar-se nesse sentido, para que os textos que venhamos a produzir possam reflectir o que foi, de facto, essa longa trajectória e todos os momentos de libertação”, explicou.

Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa criaram uma Comissão para a recolha e compilação de informações sobre a luta de libertação dos Estados-membros da organização.

A descolonização dos PALOP ocorreu após a deposição, em Portugal, em 25 de Abril de 1974, do regime colonial. Um ano antes, deu-se a Independência da Guiné-Bissau, seguindo-se, em 1975, as de Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Angola.

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