Chefe de Estado deixa hoje a capital do país com destino a Ondjiva

O Presidente da República deixa hoje a capital do país com destino à província do Cunene, onde permanecerá até terça-feira. Entre as actividades a serem realizadas por João Lourenço, destaca-se a inauguração, amanhã, do sistema de transferência de água a partir do rio Cunene, na povoação de Cafu, município de Ombadja, para abastecer as localidades de Ombala-yo-Mungu (município de Ombadja), Namacunde e Ndombondola, muito afectadas pelos efeitos da seca. Trata-se da primeira resposta objectiva ao problema da seca nesta província, desde a Independência de Angola.

Até antes da construção, o problema da seca no Cunene era combatido à base de furos de água, muitos dos quais negativos. O secretário do Presidente da República para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa, Luís Fernando, disse, ontem, quando fazia o anúncio da deslocação do Chefe de Estado ao Cunene, que se trata de uma das maiores e mais relevantes obras da sua governação.Acrescentou ser dos mais estratégicos projectos estruturantes erguidos alguma vez no país para acabar com a falta de água na província do Cunene. “Vai estabelecer o antes e depois da relação dos homens com a natureza na heróica província do Cunene”.Luís Fernando ressaltou que na terça-feira a agenda do Presidente da República no Cunene reserva um acto político de massas, onde vai se dirigir à população local.Esta é a terceira vez que o Presidente da República se desloca ao Cunene a trabalho. A primeira foi em 2019, numa altura em que a província estava a ser fortemente fustigada pelos efeitos da seca severa, na região Sul do país. Foi nesta visita em que defendeu, na cidade de Ondjiva, uma solução definitiva para o problema da seca.

“O Governo tomou algumas medidas de carácter de emergência para fazer face à situação da seca, mas precisamos de encontrar soluções definitivas, que não se resolvem, como é óbvio, num só dia”, destacou na altura.

Durante essa deslocação,  o Presidente da República visitou a povoação de Oshiwanda, em Ombadja, a 100 quilómetros de Ondjiva, onde constatou as condições precárias dos poços de água artesanais de 20 a 30 metros de profundidade, usados, na altura, pelas populações locais para a retirada de água para consumo e abeberamento do gado.

Antes deste ponto, João Lourenço efectuou uma curta paragem em Ombala-yo-Mungu, igualmente em Ombadja, tendo, nesta ocasião, oferecido alguns bens à população local para amenizar os efeitos da seca.

A seca na região Sul do país, nomeadamente no Cunene, Namibe, Huíla e Cuando Cubango, chegou a afectar, em 2019, 280 867 famílias, correspondentes a 1 340 781 pessoas, provocando a morte de 10 982 cabeças, de acordo com o relatório global sobre a execução do Programa Emergencial de Combate à Seca no Sul de Angola.

A última visita de trabalho do Presidente da República ao Cunene ocorreu em Julho do ano passado. Nesta visita, João Lourenço considerou que “levar mantimento às populações afectadas pelos efeitos da seca é insuficiente e não constituía solução”.

A solução para o problema, referiu, passava por garantir a existência de água na zona todo o ano, de modo a permitir que as populações produzissem os seus alimentos. “Essas são soluções sustentáveis. E essas soluções foram encontradas depois da minha visita, há dois anos”, afirmou.

No último dia de trabalho, o Presidente visitou as obras do Sistema de Transferência de Água a partir do rio Cunene, na zona de Cafu, para abastecer as localidades de Ombala-yo-Mungu, Namacunde e Ndombondola, cuja inauguração pode acontecer amanhã.

A província do Cunene regista, desde ontem, um clima quente. Já é notório, na cidade de Ondjiva, a movimentação de muitas pessoas que manifestam interesse em receber o Presidente da República

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