Palácio da Cidade Alta passa a Património Histórico-Cultural Nacional

O Palácio da Cidade Alta ganhou, nesta segunda-feira, o estatuto de Património Histórico-Cultural Nacional, no quadro do processo de preservação e valorização do património edificado.

O acto descerramento da Placa de Identificação, coube ao Presidente da República, João Lourenço, no âmbito das celebrações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que hoje se assinala.

Resenha histórica e Patrimonial

O Palácio do Governo, também conhecido por Palácio da Cidade Alta, é um edifício histórico que funciona como local de trabalho do Presidente da República.

O Palácio foi a primeira sede do Governo de Angola independente, e a partir de 1979 acolheu os restos mortais do ex-presidente António Agostinho Neto, que permaneceu no Salão Nobre do primeiro piso.

Por décadas ficou conhecido como Palácio do Povo e acolhia todas as homenagens prestadas ao Presidente Neto até 1991, altura em que os seus restos mortais foram definitivamente depositados no Mausoléu, hoje  Memorial Dr António Agostinho Neto.

O Palácio, que se ergue na parte elevada da cidade de Luanda, já foi residência oficial dos Governadores ou do Governo-geral de Angola.

É uma infra-estrutura cujas obras terão iniciado entre 1607 e 1611, num local conhecido na altura, como Largo da Feira (um dos principais mercados de escravos que havia em Luanda), que veio a chamar-se Largo do Palácio e Praça do Povo.


Em 1621, 1624 e 1630 o edifício sofreu modificações para servir de moradia os governadores. Em 1761 foi quase totalmente demolido, tendo sido reconstruído no estilo pombalino.

Nos anos 1940 e 1950, o arquitecto Fernando Batalha, ao serviço da Comissão dos Monumentos Nacionais, ficou encarregue de efectuar reestruturação ao palácio que resultaram no estilo neoclássico, tendo-lhe sido acrescido a arcada saliente e o frontão triangular.

Seria uma longa relação de factos, uns notáveis pela importância histórica e outros de simples curiosidade, ocorridos no Palácio do Governo, no decurso dos cerca de quatro séculos da sua existência.

Em termos arquitectónicos, o Palácio do Governo é um somatório de intervenções que se fizeram ao longo de três séculos e meio e do qual resulta uma perfeita simbiose de estilos que vai desde o pombalino até ao neoclássico.

As referidas combinações tornam a infra-estrutura numa das belas edificações históricas de Luanda velha e de um importante repertório de factos ligados à historiografia angolana.

Atento a esses aspectos, particularmente à história recente do país, o Ministério da Cultura procedeu por Despacho nº 24 à sua classificação como Património Histórico-Cultural Nacional.

 

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