DISCURSO PRONUNCIADO POR SUA EXCELÊNCIA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA, DURANTE A VISITA OFICIAL DO PRIMEIRO MINISTRO DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA
Luanda, 9 de Maio de 2014
SENHOR
PRIMEIRO MINISTRO,
SENHORES MINISTROS,
MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,
A República Popular da China é hoje um exemplo para os povos que lutam pelo seu desenvolvimento procurando satisfazer todas as suas necessidades materiais, espirituais e culturais.
O vosso País transmite-nos a esperança de que afinal é possível com trabalho, perseverança e políticas acertadas vencer o atraso económico, técnico e social e integrar o conjunto de países mais desenvolvidos do planeta.
Os resultados alcançados no domínio económico, tecnológico, científico, social e político elevaram também o vosso país à condição de potência mundial que joga um papel importante e incontornável no equilíbrio das relações internacionais.
Senhor Primeiro Ministro,
Nós o saudamos na sua qualidade de um dos mais altos representantes do Povo amigo da República Popular da China que apoiou a Luta de Libertação de Angola contra o colonialismo e que permanece ao nosso lado no processo de Reconstrução Nacional.
Os dois povos mantêm uma solidariedade recíproca exemplar que hoje constitui o verdadeiro fundamento da complementaridade económica e da cooperação entre os nossos dois Estados que tem produzido bons resultados.
A China é um dos principais destinos do petróleo que Angola exporta e é também a origem de muitos bens e serviços que importamos.
As relações comerciais entre os dois países são estáveis e os seus indicadores crescem todos os anos. A República Popular da China, neste momento, é já o terceiro maior fornecedor de mercadorias para Angola.
Apesar disso, é ainda possível incrementar e diversificar as relações económicas entre Angola e a China, dando mais espaço ao investimento directo das empresas chinesas na produção de bens de amplo consumo em detrimento da prestação de serviços e da realização de empreitadas de obras públicas, procurando estabelecer parcerias mutuamente vantajosas com empresários angolanos.
Essas parcerias permitem a absorção da tecnologia e do conhecimento científico, a formação profissional e técnica dos quadros nacionais para que adquiram competências e habilidades por forma a melhor contribuírem para o desenvolvimento do país.
Uma condição importante que assegura o êxito dos nossos Programas bilaterais de cooperação são os Acordos Financeiros entre os dois governos e com as instituições bancárias.
Gostaríamos que houvesse também créditos concessionais para além dos comerciais e que os processos para desbloquear os fundos fossem mais céleres, com processos administrativos mais rápidos.
Nós agradecemos as doações que são feitas com o objectivo de formar e capacitar a mão-de-obra angolana no domínio técnico e profissional e de fornecer equipamento para centros de saúde e hospitais.
Senhor Primeiro Ministro,
Os nossos dois países têm assumido posições semelhantes no plano internacional em todas as questões que afectam a segurança internacional.
A paz e a estabilidade são condições essenciais para o desenvolvimento e o diálogo e a negociação são a melhor via para a sua manutenção ou recuperação em caso de conflito.
É desejo do nosso Governo continuar a concertar posições com a China no plano diplomático com vista a garantir a segurança no Golfo da Guiné e a influenciar todas as partes envolvidas no sentido do restabelecimento e consolidação da paz na Região dos Grandes Lagos e na República Centro Africana, na Nigéria e no Sudão do Sul.
É importante que a China enquanto membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas exerça também a sua influência para que as forças de manutenção de paz em África possam ter recursos e continuar a desenvolver as respectivas missões com sucesso.
Ao candidatar-se a membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU, Angola pretende a esse nível transmitir os seus pontos de vista e contribuir para a paz e a segurança internacionais, sempre ciente de que essa premissa é fundamental para o funcionamento normal do actual sistema das relações internacionais.
Contamos assim com o apoio do Governo de Vossa Excelência.
Estou certo que os resultados das conversações que agora iniciamos serão muito positivos e que servirão para dar um grande impulso à nossa cooperação bilateral.
Desejo a si e a delegação que o acompanha, nesta sua primeira visita ao nosso país, boa estadia e muitos êxitos.
Muito obrigado!