Paz à mesa do diálogo

Os Chefes de Estado de Angola e do Ruanda abordaram ontem, em Luanda, a cooperação bilateral e a segurança na região dos Grandes Lagos.

O encontro entre José Eduardo dos Santos e Paul Kagame, no Palácio da Cidade Alta, também serviu para partilha de informações, numa altura em que Angola começa e o Ruanda termina o seu mandato como Membro Não-Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Em declarações à imprensa, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, a ministra ruandesa dos Negócios Estrangeiros, Louise Mushikiwabo, começou por destacar o encontro entre os dois líderes, na perspectiva da segurança regional, já que, como disse, Angola preside a Conferência Internacional dos Grandes Lagos (CIRGL) e o Ruanda, recentemente, decidiu voltar para Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC).
Louise Mushikiwabo considerou fundamental que os dois países tenham uma cooperação cada vez mais estreita e dinâmica, atendendo a importância das organizações regionais que integram. Para a chefe da diplomacia ruandesa, o encontro dos dois líderes, em Luanda, vem também coroar a série de contactos a nível ministerial.
“Este ano eu e o meu homólogo angolano trocamos visitas, eu estive em Luanda duas vezes e o ministro Georges Chikoti esteve no Ruanda numa visita por três dias, e nessas ocasiões discutimos o que era necessário fazer para melhorar e elevar o nível da cooperação entre os dois países”, declarou a ministra ruandesa dos Negócios Estrangeiros, para quem o encontro dos dois Chefes de Estado vem dar força ao trabalho que as diplomacias começaram a desenvolver para que os dois países caminhem juntos.

Contactos avançados

Em declarações à imprensa, no Palácio da Cidade Alta, a secretária de Estado das Relações Exteriores, Ângela Bragança, revelou que estão previstos contactos mais avançados a nível das duas diplomacias, com vista a criar um “quadro geral de cooperação em vários domínios”.
O que se pretende a nível das relações de cooperação, disse, é sair dos aspectos de paz e segurança para questões relacionadas com as trocas comerciais, bem como o desenvolvimento  das  relações políticas e até culturais. Ângela Bragança lembrou que Angola e o Ruanda são países com níveis de “crescimento consideráveis” que certamente estão dispostos a conciliar interesses.
A secretária de Estado fez ainda alusão a “aposta séria” do Ruanda no domínio da agricultura, área em que Angola tem estado a apostar, nomeadamente no desenvolvimento do agro-negócio. “Existe uma plataforma a estabelecer tendo em conta  os acordos,  alguns assinados  e outros que devemos rubricar, que vão concorrer para o estabelecimento de um quadro mais claro de cooperação\\\\\\\”, frisou.
Em Janeiro, Angola volta a ocupar um lugar no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, como membro não permanente.
O país repete a presença no órgão nuclear da Organização das Nações Unidas depois do mandato entre 2002 e 2003, numa altura em que o país tinha acabado de concluir o processo de paz que colocou fim a mais de duas décadas de guerra civil. O mandato  termina a 31 de Dezembro de 2016.
A candidatura de Angola a membro não permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas obteve 190 votos a favor, de 193 possíveis. A Venezuela, Malásia e nova Zelândia também foram eleitos.

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