Artesãos têm casa em Benfica

Fotografia: Rogério Tuti

Fotografia: Rogério Tuti

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, inaugurou ontem o Centro de Arte Benfica, que inclui o novo e moderno mercado do artesanato, e o Terminal Marítimo de Passageiros do Museu da Escravatura.

As inaugurações marcaram, em Luanda, a passagem do 13º aniversário do ‘4 de Abril\’, Dia da Paz e da Reconciliação Nacional.
Acompanhado da primeira-dama, Ana Paula dos Santos, e de vários membros do Governo, o Chefe de Estado viajou de barco até ao local das inaugurações, na zona sul de Luanda. Do terminal do Kapossoca ao do Museu da Escravatura, a viagem teve uma duração de aproximadamente 15 minutos.
Após a sua chegada no local, o Presidente da República José Eduardo dos Santos inaugurou o Centro de Arte de Benfica, onde recebeu explicações detalhadas sobre o modo como vai funcionar aquele empreendimento e fez questão de conhecer o complexo, projectado pela arquitecta angolana Marita Silva. No interior do auditório, o Presidente da República assistiu à projecção de um vídeo que mostra o processo de construção da obra.  Arte, cultura e turismo coabitam harmoniosamente, num espaço situado junto da zona de protecção do Museu da Escravatura. Período de execução foi de 11 meses e os diversos equipamentos estão plenamente integrados.
O director geral do Gabinete de Obras Especiais, Leonel da Cruz, que entregou oficialmente o complexo ao Governo Provincial, disse que vai ser necessário adequar a Estrada Nacional 120 contígua ao Museu da Escravatura para uma maior fluidez do trânsito automóvel.
Leonel da Cruz lembrou que foi em função da preocupação de proporcionar um ambiente em que arte e a cultura coabitassem harmoniosamente e contagiassem artistas, destacando os fazedores da pintura e da escultura, que o Executivo decidiu erguer o espaço de histórica memória.  “Reconhecemos que com a transferência do mercado do artesanato para este jardim natural, esforços comuns deverão ser desenvolvidos no sentido de uma melhor adequação do tráfego rodoviário neste troço da Estrada Nacional 120, contígua ao espaço”, referiu.

Centro de grande beleza

O Governador Provincial de Luanda considerou o complexo uma obra de “grande beleza e bom gosto”, que vai acrescentar valor à cultura, precisamente porque o empreendimento está junto ao Museu da Escravatura, numa zona que é de grande significado histórico para Angola e para o continente africano.
Graciano Domingos falou que a escravatura foi “uma vergonha para a humanidade” e destacou os feitos do Chefe de Estado para acabar com os seus resquícios em Angola. O governador disse que o Centro de Artes de Benfica e o novo terminal marítimo de passageiros vão gerar postos de trabalho, capitalizar o turismo, a recreação e dar dignidade aos artesãos. E prometeu que da parte do GPL, fica o compromisso de preservação e viabilidade financeira do complexo.

Complexo com elegância

Construído  pelo Gabinete de Obras Especiais (GOE),  o complexo que alberga o maior centro de produção, exposição e  comercialização de peças de artesanato de Luanda, tem uma imagem de garbo e elegância que salta à vista. Concebido para o deleite dos turistas e conforto dos artesãos, o novo mercado do artesanato possui espaços verdes e zonas de serviço bem equipadas. São no total 275 bancadas, atelier, espaço café, exposição e um auditório com capacidade para 161 lugares.

Primeira compra 

Com as celebrações do Dia da Paz a servir de pano de fundo, a cerimónia ficou marcada por vários momentos que evocam o significado da data para o povo angolano. Para a artesã Filomena António, de 54 anos, a data teve um significado ainda mais especial. Foi a primeira a inaugurar as  vendas no novo mercado do artesanato e teve como primeiro cliente, precisamente, o arquitecto da paz: José Eduardo dos Santos. O Presidente da República comprou três peças de arte e foi-lhe oferecida outra. As peças foram feitas de mateba. Filomena António, que faz parte de uma cooperativa de artesãs, ofereceu um porta-jóias do mesmo material ao seu primeiro cliente no seu novo local de vendas.

Terminal de passageiros

A seguir o Presidente José Eduardo dos Santos  inaugurou o Terminal Marítimo de Passageiros do Museu de Escravatura e procedeu à entrega da embarcação (catamarã Panguila) que vai passar a  operar a partir daquele ponto.
O novo terminal, o quinto do género na orla marítima luandense, faz parte de um programa do Executivo que visa integrar o Projecto de Transportes Marítimos de Passageiros em toda orla marítima angolana. Passam a estar operacionais cinco terminais: Porto de Luanda, Kapossoca, Mussulo, Macoco e Museu da Escravatura.
O novo Terminal Marítimo de Passageiros do Museu da Escravatura, que conta com uma ponte cais de 55 metros de cumprimento e cinco de largura, tem três componentes: um cais flutuante, uma ponte móvel e uma fixa. As obras tiveram início em Setembro de 2014. O terminal conta com um edifício com dois pisos, bilheteira, capitania, cinco lojas, restaurante, uma sala reservada a passageiros e um jango, que vai funcionar como sala de espera. O Catamarã Panguila tem capacidade para 130 lugares e nos próximos dois meses passam a operar mais duas embarcações.

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