Aberto Fórum Económico Rússia-África

PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO (À DIR.) NO FÓRUM ECONÓMICO RÚSSIA ÁFRICA FOTO: CARLOS MATIAS

PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO (À DIR.) NO FÓRUM ECONÓMICO RÚSSIA ÁFRICA
FOTO: CARLOS MATIAS

23 Outubro de 2019 | 11h25 – Actualizado em 23 Outubro de 2019 | 13h59

O Fórum Económico Rússia-África abriu na manhã desta quarta-feira, no Parque da Ciência e Artes “Sirius”, em Sochi, com dois discursos centrados nos desafios da parceria russo-africana e nas novas perspectivas da cooperação.

Ao intervir na sessão de abertura do encontro, que conta com a participação de líderes africanos e mais de três mil entidades de negócios da Rússia e de África, o presidente Vladimir Putin falou das intenções do seu país para potenciar o “continente berço”.

Putin afirmou que África atrai muita atenção dos negócios russos, prevendo que nos próximos 50 anos o Produto Interno Bruto (PIB) africano venha a rondar os 29 triliões de dólares americanos.

Segundo o estadista russo, em cinco anos, o intercâmbio comercial russo-africano aumentou mais de duas vezes, cifrando-se, agora, em mais de USD 20 biliões.

Explicou que 40 por cento desse comércio é feito directamente com o Egipto, sublinhando que a Rússia entrou para o top dos 10 maiores fornecedores de alimentos a África.

O estadista russo afirmou que, actualmente, o seu país exporta mais alimentos para este continente do que armas de fogo, somando 15 biliões em exportações só com comida.

No seu discurso, disse esperar pelo aumento do intercâmbio com África, em mais de duas vezes, tendo saudado a criação da Zona de Comércio Livre no continente.

Afirmou que a Rússia pretende aumentar a rede das suas representações comerciais, apoiar os negócios e estabelecer novos contactos com África, no quadro da Zona de Livre Comércio.

Anunciou que o seu país quer apoiar o surgimento da indústria atómica em África e criar centros de pesquisa, estando já a terminar a zona industrial russa no Egipto.

Noutro domínio, falou do apoio russo para aliviar a carga da dívida dos países africanos, para apoiar programas de ajuda alimentar e de luta contra doenças infecciosas e contra o ébola.

No mesmo sentido, o presidente do Egipto, Abdelfattah Al-Sisi, disse que o fórum de Sochi é bastante importante para o desenvolvimento dos Estados africanos.

No quadro da parceria russo-africana, considerou prioritária a aposta no capital humano, sobretudo na juventude dos 23 aos 29 anos de idade.

Falou dos esforços e da necessidade de os Estados africanos continuarem a trabalhar para impulsionar o empoderamento das mulheres africanas.

O Fórum antecede à realização da primeira Cimeira Rússia-África, que decorre quinta-feira (24), em Sochi, com a participação de pelo menos 50 líderes africanos.

O evento económico (fórum) está a decorrer em vários painéis, que abordam o desenvolvimento sustentável, da ciência, educação e implementação de projectos de infraestruturas de transportes.

Os participantes vão abordar igualmente a cooperação russo-africana no domínio da indústria diamantífera, no sector da energia, da tecnologia digital, entre outros temas.

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