Adido Cultural realiza encontro de cortesia com escritor Manuel Rui
O Adido Cultural realizou no dia 27 de Março, Dia Mundial do Teatro, um encontro de cortesia com o escritor angolano Manuel Rui.
Durante o mesmo, trocaram impressões sobre a Literatura angolana, tendo o autor oferecido um exemplar do seu mais recente livro “Oui Camarade!”, tradução para francês do título original “Sim Camarada!”.
Por ser o Dia Mundial do Teatro, o autor reflectiu sobre a importância desta arte performativa para a escrita e cultura, referindo que algumas obras suas, tais como “Ombela” (que significa chuva em Umbundo) e “Quem Me Dera Ser Onda“, foram convertidas em peças de teatro. A propósito desta arte cénica, o escritor angolano diz que «o teatro é uma expressão estética de grande valor, porque ele começa imediatamente a seguir ao homem fazer as pinturas rupestres, quando o Homem se descobre, começa a teatralizar as caçadas com música, com desenhos, muito antes da escrita».
Para Manuel Rui, o teatro «é uma representação muito antiga, há os chamados mujimbeiros que são griots, que vão de terra a terra a contar estórias, em cada terra que passam a estória é contada de uma maneira diferente, consoante o ambiente, consoante as pessoas, consoante as idades».
Na foto, o Adido Cultural com o escritor Manuel Rui.
Considera que «o teatro nasce em África, porque África é o berço da humanidade. Há uma longa ancestralidade da representação da palavra e do gesto, porque a maior parte do tempo da humanidade não é o da escrita, a escrita é há pouco tempo.
Conclui portanto, que o «teatro é uma expressão estética de grande valor, porque ele começa imediatamente a seguir ao homem fazer as pinturas rupestres, que para mim continua a ser a arte mais íntima, mais expressiva».
O panorama cénico em Portugal junto da nossa comunidade tem-se revelado dinâmico por iniciativa de algumas associações angolanas que mesmo com dificuldades, têm encenado peças de autores angolanos, como é o caso do Grupo de Teatro Griot, que encenou “A Geração da Utopia” de Pepetela. Vindo de Angola, o Elinga Teatro constitui uma referência incontornável na história do teatro angolano. Por outro lado, Rogério de Carvalho encenador angolano, venceu em 2012 o Grande Prémio da Crítica de Teatro, atribuído pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.
Manuel Rui Alves Monteiro, mais conhecido por Manuel Rui, foi membro fundador da União dos Artistas e Compositores Angolanos, da União dos Escritores Angolanos e da Sociedade de Autores Angolanos. É autor da letra do Hino Nacional de Angola e tem vasta obra literária publicada, entre poesia, contos, romances e obras para teatro.