Aeroporto cumpre as metas

Fotografia: Rogério Tuti

Fotografia: Rogério Tuti

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos efectuou ontem uma visita de trabalho às futuras instalações do Novo Aeroporto Internacional de Luanda, a fim de se inteirar da execução das obras.

Cerca de oito meses depois, o Chefe de Estado voltou ao município de Icolo e Bengo, extremo leste da província de Luanda, acompanhado do Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, ministros e altos responsáveis do seu Gabinete, para saber do andamento das obras e inteirar-se dos projectos envolventes.
Muito interventivo, no momento das explicações feitas pelos ministros dos Transportes e da Habitação, e pelo empreiteiro, o Presidente foi informado que a pista já foi executada em mais de 70 por cento e a iluminação de navegação em 95 por cento, enquanto a placa central está executada em 100 por cento.
Em relação ao terminal de passageiros, está concluída no que respeita à construção civil e ao arranjo exterior, assim como a torre de controlo que está em fase de conclusão com 95 por cento de execução.
Outros projectos auxiliares, tais como edifícios de apoio à Direcção, de inspecção e segurança, de tratamento de esgotos, de estação de combustível, de estação de radar e meteorologia, de tratamento de água, de catering e o parque de estacionamento subterrâneo para mais de 1.500 viaturas, estão construídos em mais de 50 por cento.
O Presidente José Eduardo dos Santos foi também informado de outros projectos que vão conhecer o seu início ainda no presente ano, nos quais se incluem a implementação de vários sistemas de transporte como a linha ferroviária de alta velocidade e a via expresso. Foi feita ainda a abordagem detalhada do cronograma geral que integra as acções desenvolvidas durante as cinco fases que decorrem de Outubro do presente ano a Abril de 2017.
O Presidente da República tomou conhecimento do relatório sobre a Cidade Aeroportuária, como um dos núcleos que constituem a estrutura de desenvolvimento espacial de Luanda, integrando zonas de gestão de serviços públicos, residencial, de cultura, de comércio, de negócios, de recreação e desporto e de cintura verde. Grande parte das obras do Novo Aeroporto Internacional de Luanda está concluída em finais de 2016, prevendo-se que no primeiro semestre de 2017 o empreendimento esteja pronto a operar, disse o ministro dos Transportes, em declarações à imprensa após a visita do Presidente da República.
Augusto Tomás assinalou o avanço que as obras tiveram desde a anterior visita do Presidente da República, em Março último. “O nível de execução física anda à volta dos 55 por cento e vamos entrar numa fase de acabamentos, decoração do interior e encomenda de materiais para as várias áreas da infra-estrutura aeroportuária”, disse o ministro dos Transportes, antes de garantir que, apesar de a execução física ser superior à execução financeira, as “obras vão continuar dentro da dinâmica actual”.

Construção por etapas

A primeira e segunda fase, relativas ao plano geral da construção até à presente data, envolvem as áreas de movimento, o terminal de passageiros, a área da torre de controlo, os projectos auxiliares e outros iniciados depois de Março e os projectos a iniciar até ao fim da obra.
A terceira fase, que arranca em Janeiro do próximo ano, prevê a instalação e também os testes do projecto da torre de controlo e as áreas de movimento, com os ensaios de voos e dos sistemas de bagagem e de informação. A quarta fase, de Julho a Dezembro de 2016, compreende o ensaio e a calibração dos voos de inspecção e a recepção do terminal de passageiros e outros projectos auxiliares, referiu o ministro.
“A quinta fase, de Janeiro a Abril de 2017, vai completar-se com a recepção provisória da obra, vão efectuar-se ensaios definitivos e o novo aeroporto internacional de Luanda vai ter condições de operar a partir do primeiro semestre de 2017”, revelou.

Acessos ao Novo Aeroporto

O ministro voltou a falar do plano para garantir que quando for inaugurado o Novo Aeroporto esteja resolvido o problema dos acessos. “Não faria qualquer sentido receber esse empreendimento sem que tenhamos efectivamente ultrapassada a questão das vias de acesso rodoviário e ferroviário”, disse Augusto Tomás.
Em relação aos transportes, Augusto Tomás disse que a jornada de campo do Presidente da República permitiu analisar alguns projectos ligados ao reforço da mobilidade das populações no eixo Bungo/Baia. O ministro referiu que aproveitando o projecto existente, é feita a ligação da estação do Baia com o novo aeroporto. Segundo o ministro dos Transportes, o plano prevê a construção de seis novas estações ferroviárias multifuncionais, sendo a primeira no Bungo, seguindo-se a do Baia, Musseques, Viana, Capalanca e a última dentro do novo aeroporto. Algumas estações estão equipadas para prestar alguns serviços pré-embarque, conferindo maior comodidade aos passageiros.
O ministro falou ainda de um ramal ferroviário, com uma distância de oito quilómetros entre Baia e o novo aeroporto, além de quatro passagens desniveladas que vão ajudar a mitigar a intercessão do trânsito rodoviário e o ferroviário. Para o efeito, está prevista a aquisição de unidades multidiesel movidas por locomotivas (uma em cada uma das extremidades), que vão fazer o percurso Bungo, Baia e o Novo Aeroporto e as oficinas de manutenção, num processo que se espera concluído em dois anos.
O ministro da Habitação disse ontem que o projecto da Cidade Aeroportuária tem em Dezembro um momento decisivo, com a conclusão do plano de urbanização. José Silva garantiu estarem concluídos os termos de referência que vão balizar a construção da cidade. Segundo o ministro, a construção de infra-estruturas da Cidade Aeroportuária, enquanto projecto complementar ao Novo Aeroporto Internacional de Luanda, vai ajudar a mobilizar interesses do sector empresarial privado, em áreas como comércio, serviços, hotelaria e também na habitação.
“O aeroporto em si é uma importantíssima fonte geradora de negócios, por isso é de esperar que tão logo tenhamos as infra-estruturas construídas venhamos a ter o concurso do sector privado, muito mais interessado em investir”, afiançou o ministro.
José Silva destacou a aposta do Executivo em projectos envolventes focados na maximização do investimento que está a ser feito no Novo Aeroporto Internacional, lembrando que existem 80 cidades aeroportuárias no mundo e apenas sete no continente africano.
Uma das conclusões da visita efectuada ontem pelo Presidente da República é de que toda a área da Cidade Aeroportuária, num total de 7.500 hectares, seja “controlada e protegida, em conformidade com o Plano de Desenvolvimento da província de Luanda, a fim de se evitar a ocupação arbitrária de terrenos”.

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