Ajuda aos Camarões na área diamantífera

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Os Camarões pretendem aproveitar ao máximo a experiência de Angola na exploração mineira, declarou ontem, em Luanda, o inspector principal do Ministério da Geologia e Minas daquele país, Belle Amougov Dieudonné, que foi recebido ontem pelo ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz.

No quadro da cooperação Sul-Sul, os Camarões pretendem partilhar experiências no sector das minas, em particular no domínio dos diamantes. “Viemos a Angola no quadro do processo de Kimberley e transmitir o nosso interesse em partilhar experiências no domínio das minas”, assegurou o inspector camaronês.

Belle Amougov Dieudonné disse, ainda, ter transmitido ao ministro Francisco Queiroz uma mensagem do seu homólogo sobre o desejo dos Camarões aprofundarem a cooperação com Angola.

O coordenador executivo do Processo Kimberley, Paulo Mvika, informou que a visita da delegação dos Camarões se insere na troca de informações dos assuntos ligados ao processo. Lembrou que Angola assumiu a vice-presidência do Processo Kimberley este ano e que, por isso, “toda atenção está virada para o país”. Paulo Mvika anunciou que o Ministério da Geologia e Minas recebe na próxima semana uma delegação de Moçambique, também para troca de experiências no domínio das minas.

Angola, acrescentou, foi o país que apoiou a integração dos Camarões como membro do Processo Kimberley. “Os Camarões fazem parte da África Central e Angola, que pertence aos dois blocos económicos e é coordenador do grupo, tem interesse que países da região adiram ao processo e coloquem os seus recursos ao serviço do desenvolvimento, a exemplo do nosso país”, sublinhou Paulo Mvika.

Angola quer continuar a dar credibilidade ao Processo Kimberley, pois, notou, os diamantes devem servir para prosperidade e desenvolvimento. Os Camarões querem ter conhecimento profundo da forma como Angola lida com todo Processo Kimberley, nomeadamente o controlo interno, rastreio dos diamantes até à exportação, inteirando-se sobre os órgãos que intervêm na certificação dos diamantes produzidos no país. A delegação dos Camarões visitou ontem a sede da  Endiama.

Em 2012, a produção de diamantes em Angola foi de oito milhões de quilates, colocando o país em quarto lugar entre os maiores produtores mundiais, atrás da Rússia, Botswana e África do Sul. os  Emirados Árabes Unidos, China, Israel e Bélgica são os maiores  clientes dos diamantes angolanos.

Angola assumiu em Janeiro deste ano a vice-presidência do Processo Kimberley, criado em Maio de 2000 sob a liderança da África do Sul e juntando 30 países produtores de diamantes. O objectivo fundamental do Processo Kimberley é evitar que os diamantes explorados ou comercializados por grupos armados, sirvam para financiar guerras e derrubar governos legítimos.

O Processo Kimberley visa também proteger a indústria legal de diamantes, importante no desenvolvimento económico e social de muitos países. O Processo Kimberley integra 75 países envolvidos na produção, exportação, importação e comércio de diamantes.

 

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