Análise dos conflitos em África

Fotografia: Angop

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O Vice-Presidente da República e o Secretário-Geral das Nações Unidas avaliaram ontem, na sede da ONU, em Nova Iorque, questões relacionadas com a problemática dos conflitos em África e no mundo e a contribuição que Angola presta para o estabelecimento da paz e segurança mundiais.

Manuel Vicente e Ban Ki-moon, que se reuniram à margem dos trabalhos da 69ª sessão da Assembleia-Geral das  Nações Unidas, avaliaram também alguns dossiers sobre a política internacional.
Manuel Vicente reuniu-se também sexta-feira com o Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, para abordar a situação política e militar na Região dos Grandes Lagos, incluindo o quadro político naquele país.
Manuel Vicente reuniu-se igualmemnte no mesmo dia com o presidente da Assembleia-Geral da ONU, Sam Kutesa, com quem discutiu vários temas da actualidade internacional e questões ligadas à reunião dos líderes mundiais.
O Vice-Presidente da República recebeu ainda no mesmo dia o director executivo da firma Maurice & Tempelsman, o empresário Maurice Tempelsman, que prometeu investir a longo prazo no sector mineiro angolano.
O empresário disse à imprensa, no final do encontro, que decorreu na sede da Missão Diplomática Angolana em Nova Iorque, que aguarda apenas pelo estudo geológico em curso em Angola para avançar com as propostas de financiamento.
Maurice Tempelsman elogiou o crescimento económico e social de Angola, acrescentando que esta é a oportunidade de se investir no país, salientando que a sua firma está ao corrente do processo de desenvolvimento angolano, nos mais variados sectores.

Angola e Chile

O Plano de Acção contendo os principais domínios  em que assenta a cooperação entre Angola e o Chile foi ontem rubricado pelos ministros angolano e chileno das Relações Exteriores. Georges Chikoti e Heraldo Muñoz assinaram o documento na sede da Missão Angolana em Nova-Iorque, numa cerimónia testemunhada pelo representante permanente da Missão Diplomática de Angola na ONU e por altos funcionários dos Ministérios das Relações Exteriores dos dois países.
O ministro chileno das Relações Exteriores disse aos jornalistas, no final da cerimónia, que o Plano de Acção contempla a cooperação nos sectores da agricultura, comércio, energia, educação, cultura e outras áreas de interesse bilateral.
Heraldo Muñoz lembrou que na recente visita da Presidente chilena a Angola foi assinado um acordo que prevê a exportação de petróleo angolano para o Chile.

Bolsas de estudo

O chefe da diplomacia chilena manifestou o interesse do seu país em cooperar com Angola nos domínios científico e tecnológico e anunciou que o Governo chileno vai oferecer 50 bolsas de estudo a estudantes angolanos e não só, que queiram formar-se nas universidades daquele país. Sublinhou que o programa de formação vai denominar-se \”Nelson Mandela\”, em honra do grande líder africano.
\”A intenção é alargar cada vez mais a cooperação com Angola nos vários domínios\”, afirmou o ministro, indicando que o Chile é um grande produtor de cobre e reúne vasta experiência em­­ ­programas de eliminação da pobreza, produção de  vinhos e frutas. O ministro chileno das Relações Exteriores considerou \”excelentes\” as relações bilaterais, indicando que os Governos dos dois Estados coincidem nos seus pontos de vista nas reuniões do Conselho de Segurança.
Georges Chikoti considerou o Chile como uma das maiores economias da América Latina, salientando que a cooperação bilateral também vai permitir o crescimento do mercado angolano. “As áreas de cooperação indicadas pelo meu homólogo também são de interesse para Angola. Vamos, por isso, tentar fazer esta aproximação com o Chile\”, afirmou Chikoti, que garantiu a promoção de oportunidades ao sector privado.

Menos avançados

Numa outra frente, a secretária de Estado para a Cooperação, Ângela Bragança, participou na Reunião Anual dos Ministros das Relações Exteriores dos Países Menos Avançados (PMA). Organizada pelo Gabinete do Alto Representante para os Países Menos Avançados, o encontro fez o balanço anual da aplicação das recomendações da IV Conferência, realizada em Maio de 2011, em Istambul, Turquia, que adoptou dois importantes documentos: a Declaração Política sobre o Reforço e Renovação da Parceria Global para o Desenvolvimento dos PMA e o Programa de Acção para a Década 2011-2020.
No final da reunião, os participantes aprovaram uma Declaração que enuncia o compromisso assumido pelos países e parceiros em cumprir os objectivos do Programa de Acção de Istambul. O documento deve ser negociado pelos Estados membros.
O director para a América do Ministério das Relações Exteriores, Francisco da Cruz, participou na reunião ministerial do Grupo de Amigos da Aliança das Civilizações das Nações Unidas (UNAOC). A reunião discutiu as novas e emergentes ameaças ideológicas para a paz mundial e a necessidade do estabelecimento de um diálogo e análise do papel da Aliança no combate à violência do extremismo. O UNAOC conta com cerca de 130 países e organizações que se propõem promover o diálogo intercultural global, enquanto elemento chave para o desenvolvimento, segurança internacional e paz.

Caça furtiva

A “Acção contra a caça furtiva e o tráfico ilegal de animais selvagens” foi ontem o tema principal da reunião de alto nível, na qual participou o embaixador Joaquim do Espírito Santo. Os participantes na reunião ministerial do Grupo de Amigos da Aliança das Civilizações das Nações Unidas reconheceram que o processo de extinção de qualquer espécie afecta directamente o ecossistema e o ser humano, que sofre as consequências do desequilíbrio da Natureza.
A reunião concluiu que o tráfico de animais selvagens é a terceira maior actividade ilegal do mundo, estando apenas atrás do tráfico de armas e de drogas. O comércio movimenta cerca de 20 mil milhões de dólares por ano em todo o planeta.
Os impactos negativos desta actividade ilegal têm reflexos na economia, biodiversidade e segurança do continente. O encontro teve, por isso, a finalidade de sensibilizar vários agentes para a promoção de estratégias de combate à caça furtiva e tráfico ilegal de animais selvagens e, também, procurar medidas e acções a desenvolver para que se invertam as actuais tendências.

Armas nucleares

A reunião ministerial dos Amigos do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO) contou com a presença do chefe-adjunto da Missão Permanente em Nova Iorque, embaixador Hélder Lucas. O encontro permitiu sensibilizar os Estados membros para a assinatura e ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares  e, consequentemente, a entrada em vigor.
A assinatura e ratificação deste Tratado é um passo essencial para um mundo sem armas nucleares e um repto a todos os Estados no sentido de cumprirem rigorosamente os seus compromissos de controlo armamentista, desarmamento e não-proliferação de armas nucleares.
O Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares ainda não entrou em vigor. Até ao momento, foi assinado por 183 Estados e ratificado por 159. Os oito Estados restantes, cuja ratificação é necessária para que o documento entre em vigor, têm uma responsabilidade especial. Por exemplo, países como Israel (com quatro estruturas ligadas aos testes nucleares) e os Estados Unidos (com 50 locais) assinaram o tratado, mas não o ratificaram, e armazenam grandes quantidades de ogivas nucleares.

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