Angola defende mobilidade responsável na CPLP

CABO VERDE: MANUEL AUGUSTO, MINISTRO ANGOLANO DAS RELAÇÕES EXTERIORES FOTO: ROSÁRIO DOS SANTOS

CABO VERDE: MANUEL AUGUSTO, MINISTRO ANGOLANO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
FOTO: ROSÁRIO DOS SANTOS

16 Julho de 2018 | 20h09 – Actualizado em 16 Julho de 2018 | 20h09

Angola apoia a mobilidade de pessoas e bens na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas de modo responsável, informou nesta segunda-feira, na Ilha de Sal (Cabo Verde), o ministro angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto.

Falando à imprensa a margem de uma reunião de preparação da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, Manuel Augusto afirmou que Angola entende que a livre circulação, à nível da comunidade, de pessoas e bens deve constituir-se num dos pilares da organização, que deve ser feita com responsabilidade e com “sentido real das coisas”.

“Somos países com uma diversidade visível, incluindo em termo de continentes, e temos de ter em conta as várias realidades e caminhar sempre com a convicção de forma gradual, para que os passos que venham a ser dados sejam os mais certos possível e não tenhamos de nos arrepender de qualquer decisão menos pensada”, sublinhou.

Considera que a participação de Angola na discussão sobre a mobilidade é a mais positiva possível e contribuirá para decisões que possam servir os interesses dos cidadãos, dos países e que respeitem as exigências das respectivas constituições.

Questionado se a pretensão de Angola aderir a Commonwealth ou outras comunidades linguísticas não prejudicar a CPLP, disse que a mesma decorre de uma exigência ligada a localização geográfica e geoestratégica.

Referiu, a título jocoso, que na região austral Angola é a única estrangeira, por estar rodeada de países anglófonos e francófonos.

Declarou que para interesse dos povos da região e para maior comunicabilidade, Angola só ganhará se tiver acesso as outras organizações, citando o exemplo de países observadores na CPLP, incluindo a França, que deve ser admitida na terça-feira.

Considerou especulação a ideia de se encerrar o Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), por razões financeiras.

Reconheceu a dificuldade de alguns Estados em honrar compromissos financeiros, mas que, no seu entender, não deverá colocar em causa a existência do IILP.

Angola tem cumprido com as obrigações, a semelhança das organizações a que pertence.

O ministro Manuel Augusto afirmou que Angola, na Cimeira, vem imbuída do espírito de contribuir para que o mandato de Cabo Verde traga mais frutos para a organização.

Criada a 17 de Julho de 1996, a CPLP é uma organização internacional formada por países lusófonos, cujo objectivo é o aprofundamento da amizade mútua e a cooperação entre os seus membros.

Fazem parte da CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A  XII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP decorrerá sob o lema “Cultura, Pessoas e Oceanos” e vai abordar, entre outros assuntos, a “livre circulação de pessoas e bens” no espaço lusófono.

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