Angola insiste na reforma do Conselho de Segurança

Fotografia: Mota Ambrósio

A Assembleia-Geral das Nações Unidas, que ontem abriu os debates em torno das questões relacionadas com a paz e segurança mundial, tidas como temas essenciais, vai analisar também outras teses ligadas ao género, ambiente e os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

“Vamos fazer agora 70 anos desde que estamos nesta ordem política internacional e as questões da paz para a comunidade internacional também são importantes e a todos preocupam. Mas evoluímos neste período para a consolidação da paz”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti.
A maior parte das pessoas espera que nestes 70 anos seja aceite, pelo menos, a questão da reforma e a definição dos seus termos. Georges Chikoti considera importante a participação de Angola na Cimeira do Desenvolvimento Sustentável pós-2015, tal como a participação do Papa Francisco na sessão de abertura da Assembleia-Geral da ONU “pelo que ele representa em termos de ideias”. “É uma contribuição valiosa”, sublinhou.
O ministro das Relações Exteriores lembrou que Angola trabalha desde a sua independência para a consolidação da paz no seu próprio país e na região. “Não podemos perder de vista que Angola, além de alcançar a sua independência, contribuiu para a independência da Namíbia e para o termo do regime do apartheid na África do Sul. Hoje, somos um país que participa com as outras nações na consolidação da paz em termos globais e estamos a participar a este nível com a presença nos Grandes Lagos para consolidar a paz, mas também somos membros do Conselho de Segurança”, realçou o ministro.
Georges Chikoti lembrou ainda que Angola olha em termos globais para a importância da paz no mundo. “Estamos a acompanhar todos os processos, sejam eles no Médio Oriente, e também a própria reforma do sistema das Nações Unidas, particularmente no Conselho de Segurança, onde Angola apoia a ideia do consenso que foi estabelecida para que a África também possa ter dois membros participantes do Conselho de Segurança”, salientou.
O ministro das Relações Exteriores referiu que a contribuição de Angola para a paz é uma realidade, afirmando que a preparação da Conferência Internacional sobre Segurança Marítima e Energética, que é realizada ainda este ano em Luanda. é um sinal de que o país está interessado e preocupado com as questões da segurança mundial.
Georges Chikoti acentuou que apesar dos avanços que o continente africano tem registado, “alguns países atravessam ainda situações um pouco irreais”. “Estamos a evoluir na consolidação da paz e muitas vezes assistimos a situações de golpes de Estado, como foi o caso recente no Burkina Faso, Burundi, República Centro Africana ou na RDC”, realçou.
“Essa é uma das razões pelas quais Angola, com a sua experiência e conhecimento da região, procura ajudar o sistema das Nações Unidas, particularmente o Conselho de Segurança, para uma melhor compreensão e análise dos conflitos. É com aspectos dessa índole que às vezes temos de nos confrontar. Mas penso que Angola está a trabalhar bem a todos os níveis para atender ao Conselho de Segurança”, acentuou. Em termos ambientais, Georges Chikoti disse que Angola, como a maior parte dos países, entende que tem de se promover a redução da emissão do carbono no espaço para fazer com que estejamos num ambiente cada vez mais preservado. “As nossas ideias estão no texto geral que será apresentado pelo Vice-Presidente da República”, rematou o ministro. Ontem, à margem da abertura da sessão da Assmebleia-Geral das Nações Unidas, o ministro Georges Chikoti presidiu a uma reunião sobre “Trabalho Decente”. Foi realizada também uma reunião sobre a Região dos Grandes Lagos.

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