Angola preparada para fazer face aos desafios no Conselho de Segurança da ONU
O Embaixador José Marcos Barrica considerou hoje, quarta-feira, em Lisboa, que Angola está preparada para enfrentar os desafios durante a vigência do seu mandato como Membro Não-Permanente do Conselho de Segurança da ONU.
O diplomata fez este pronunciamento à margem da palestra, dirigida aos diplomatas e funcionários da Embaixada e subordinada ao tema: O Processo de Eleição de Angola como Membro Não-Permanente do Conselho de Segurança da ONU, cujo orador foi o comentador político, António Luvualu de Carvalho.
Ao fazer uso da palavra, José Marcos Barrica, destacou a intensa “ofensiva diplomática” que se fez sentir, e em especial o envolvimento directo do Presidente José Eduardo dos Santos, “facto que sem sombra de dúvidas alavancou a campanha de Angola”.
“Estamos extremamente orgulhosos pela escolha de Angola como membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU. Esta eleição por unanimidade, reflecte claramente o reconhecimento internacional de Angola, e a posição de relevo na arena política que temos vindo a conquistar. Esta eleição, por outro lado também nos trará novos desafios, mas estou certo que com a maturidade do País, a liderança e sapiência do nosso Presidente da República, e a experiência adquirida no primeiro mandato, Angola saberá representar condignamente o continente africano”, disse.
Marcos Barrica destacou também o papel que o “Estado Acreditador” (Portugal) desempenhou, mormente no apoio a candidatura de Angola desde a primeira hora, e na mobilização dos seus parceiros europeus, posicionamento expresso em várias ocasiões pelo ministro português dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete e demais Altas Entidades do Estado português.
José Marcos Barrica lamentou, contudo, existirem ainda focos de hostilidade que “transformam” as vitórias de Angola em espaços de ataque contra o País por parte de certa franja da comunicação social portuguesa, tentando a todo custo dinamitar as boas relações existentes entre os dois Países e Povos, e manchar o bom-nome de Angola”.
Por sua vez o comentador político, Luvualu de Carvalho, fez uma breve trajectória dos bastidores da campanha de Angola, e destacou o papel que o País e o Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, terão na resolução dos conflitos em África.
António Luvualu de Carvalho admitiu ainda que o mandato de Angola será caracterizado por “grandes desafios e responsabilidades”.
Estiveram presentes à palestra, diplomatas, funcionários da Embaixada de Angola e membros da sociedade civil.
A votação para Membro Não-Permanente do Conselho de Segurança da ONU para o biénio 2015/2016, realizou-se quinta-feira, dia 16, no âmbito da 69º Sessão da Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova Iorque. O país obteve 190 dos 193 possíveis.
A eleição de Angola como Membro Não-Permanente do Conselho de Segurança da ONU, ocorre pela segunda vez na sua história, a primeira eleição de Angola a este órgão aconteceu a 27 de Setembro de 2002. Neste mandato Angola apontou a paz internacional como a sua principal aposta.
O Conselho de Segurança da ONU é composto por cinco Membros Permanentes, que possuem direito a veto. Os Membros Permanentes são: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos da América.
Fazem parte também do Conselho dez Membros Não-Permanentes, que são eleitos pela Assembleia Geral com mandatos de dois anos. Estes países não possuem direito a veto.
O Conselho de Segurança é o mais visível e influente órgão do sistema das Nações Unidas, encarregue de zelar pelo estabelecimento e manutenção da paz e segurança mundiais.