Angola reafirma engajamento na UA

FOTO: PEDRO PARENTE

FOTO: PEDRO PARENTE

Angola continua engajada na materialização dos objectivos da União Africana (UA) e nunca “será uma força de bloqueio” para as reformas em curso na organização continental, que discute, na Etiópia, problemas candentes de África, como a corrupção e emigração.

O compromisso foi renovado nesta quinta-feira, em Addis-Abeba (capital etíope), pelo ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, segundo o qual o país “está na linha da frente desse engajamento total com a UA e com os seus objectivos”.

O governante, chegado hoje a Addis-Abeba, para participar na 30ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana (de 28 a 29 deste mês), assegurou que, nessa estratégia comum, Angola está pronta para fazer a sua parte.

Nesse quadro, Manuel Augusto espera que a Cimeira da UA seja produtiva e dela saiam decisões e um programa de acção concreto, para que, na próxima reunião de cúpula, possam ser analisados os primeiros resultados práticos da reforma em curso na organização.

Uma das principais metas da reforma é assegurar a independência financeira dos organismos da UA, passo que o governante angolano considera fulcral para resolver os programas candentes de África.

“Ninguém melhor do que os africanos para resolver os programas de África. Naturalmente, muitos desses programas, para serem resolvidos, precisam de recursos financeiros”, referiu Manuel Augusto.

O governante lembrou que o Continente Africano “tem o maior depósito de recursos financeiros”, mas estão no solo ou no subsolo e precisam de ser explorados e transformados em liquidez, para permitir o desenvolvimento e a realização efectiva dos projectos.

Em face disso, pediu criatividade aos governos africanos para se ter acesso aos recursos, sublinhando que o programa de reforma da UA, liderada por Paul Kagame, já aponta meios e algumas vias a seguir.

Afirmou que os africanos precisam de sair da teoria e ser mais proactivos, sendo que cada um, ao seu nível e dentro das suas possibilidades, deve pôr em prática os compromissos assumidos pelos Estados.

Só dessa forma e com esse passo, referiu Manuel Augusto, a África conseguirá ser “dona do seu destino” e, por via disso, realizará projectos de integração regional, abrangente a todos os povos e capazes de incorporar o princípio da solidariedade africana.

“Nem todos os países têm os mesmos meios e há alguns com poucos ou quase nenhum recurso. Se tivermos projectos de integração regional, que se transformarão juntos em projectos de integração continental, estaremos a desenvolver o país e a expressar solidariedade aos irmãos de África”, disse.

Quanto ao tema central da 30ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da UA (combate à corrupção), disse que é uma escolha feliz da organização continental.

A seu ver, o combate à corrupção não é um fenómeno tipicamente ou exclusivo de África, mas é uma das razões principais para o atraso do continente, em termos de desenvolvimento sócio-económico.

“O reconhecimento desse fenómeno, traduzido numa Cimeira de Chefes de Estado é de facto significativo. Mais do que o tema, o que conta são as acções práticas”, vincou.

Acrescentou que cada governo tem responsabilidades de travar esse combate, sublinhando que Angola está a fazer a sua parte e sempre considerou a corrupção como um dos piores males da sociedade.

Afirmou que o Presidente da República tem tentado mobilizar a sociedade para esse combate abrangente, e pediu firmeza para se atingirem os objectivos preconizados.

“Deve ser feito sem piedade, porque está em causa o futuro das gerações”, afirmou.

Embora não saiba quanto tempo deverá levar esse combate, considera preciso que o mesmo comece.

“É isso que estamos a fazer. Se cada país africano fizer também isso, sair das palavras às acções, daqui a alguns anos África poderá voltar a sentar-se e discutir, mas já noutra perspectiva”, concluiu.

FacebookTwitterGoogle+