Avanços no uso da energia nuclear

Foto: João Gomes

Foto: João Gomes

Angola regista avanços no ramo da energia nuclear e ascendeu ao nível amarelo, uma categoria intermédia fornecida pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), disse, ontem, em Luanda, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.

Ao intervir na abertura do seminário sobre o Projecto de Planeamento Energético, que serviu para a apresentação do Planeamento de Energia Sustentada a longo prazo, no quadro do novo ciclo de projectos para o biénio 2014-2015, o ministro disse que os avanços assentam na criação da Lei de Energia Nuclear e da Autoridade Reguladora de Energia Atómica (AREA) que, sob tutela do sector, controla e regulamenta toda a actividade ligada à aplicação da energia atómica no país.

Além disso, referiu, a Autoridade Reguladora cria condições para a utilização segura do equipamento e fontes radioactivas na agricultura, na indústria petrolífera e na saúde.

O ministro disse que com o plano energético, o Executivo pretende formar e capacitar quadros nacionais, com o apoio da AIEA, cujo objectivo é trabalhar em regime contínuo nessa área de interesse estratégico para o pais, com softwares a serem fornecidos pela Agência.

João Baptista Borges falou das prioridades que o país tem com a aplicação da energia atómica e disse que as prioridades passam pela materialização de projectos agropecuários, investigação científica, bem como a criação de laboratórios de veterinária para o controlo da produção de leite e caracterização de raças bovinas.

No campo agrícola, reconheceu que tem sido feito trabalho na selecção de mutantes para cultura da mandioca resistente ao vírus do “Mosaico Africano”, através do uso de técnicas nucleares.

Ainda no sector agrícola, a Autoridade Reguladora trabalha  no melhoramento da fertilidade dos solos em zonas de pasto, com acções conjuntas com o Instituto de Investigação Agronómica. Sobre a aplicação da energia nuclear no domínio da Saúde, o coordenador do Sector de Saúde junto da AIEA, Fernando Miguel, lembrou que o país utiliza essa tecnologia há cem anos nos serviços de radiodiagnóstico, radioterapia e saúde nuclear, numa altura em que 70 por cento dos doentes de cancro procuram por radioterapia em Angola.

O também director do Centro Nacional de Oncologia disse que a medicina nuclear permite tratar de doentes com cancro da tiróide.

Relativamente à aplicação da energia atómica na agricultura, o representante do sector da Agricultura junto da AIEA, Zacarias Tusevo, disse que os ganhos devem fazer-se sentir em breve com a sua utilização na engenharia genética e no melhoramento das raças animais, no diagnóstico e pesquisa de doenças, bem como no controlo da qualidade de produtos alimentares.

Com a AIEA, frisou Zacarias Tusevo, devem ser estabelecidos novos projectos de cooperação para o melhoramento dos solos e produção da mandioca.

Durante o seminário, a especialista da Agência Internacional de Energia Atómica, Anjana Das, apresentou os temas “Desenvolvimento da energia sustentável e planeamento a longo prazo”, “Actividades da Agência e seu suporte ao Planeamento Energético” e ainda “Uso do Planeamento a longo prazo para melhoria do fornecimento de energia e sustentabilidade ambiental”.

 

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