Bornito de Sousa discorda modo de contestação contra governador de Malanje

VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, BORNITO DE SOUSA. FOTO: PEDRO PARENTE

VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, BORNITO DE SOUSA.
FOTO: PEDRO PARENTE

05 Abril de 2018 | 14h37 – Actualizado em 05 Abril de 2018 | 16h09

Os actos de apedrejamento e afronta às autoridades, protagonizados na quarta-feira, por cidadãos que exigiam a saída de Norberto dos Santos, do cargo de Governador Provincial de Malanje, não reflectem o sentimento do povo malanjino, considerou hoje (quinta-feira), em Luanda, o Vice-presidente da República, Bornito de Sousa.

Aproveitando a presença do Vice-presidente da República em Malanje, para orientar o acto central do 16º aniversário da paz e reconciliação nacional, assinalado na quarta-feira, vários populares apedrejaram viaturas e exigiam a exoneração do governador Norberto do Santos, a quem acusam de prática de nepotismo, peculato e incompetência.

Em declarações à Radio Nacional de Angola, Bornito de Sousa disse que informações preliminares e não definitivas ligam a manifestação a um grupo de moto-taxistas, vulgarmente chamados “kupapatas”, descontente com medidas do governador tendentes a reduzir o número de acidentes, que provocavam uma média de sete a nove mortes diárias.

O Vice-presidente disse ter consciência de que a actividade garante o sustento de muitos jovens, mas que o comportamento tido não reflecte o sentimento e o carácter do povo de Malanje, que “é participativo, pacífico, patriótico, que sofreu sacrifícios durante a guerra e quer ver o desenvolvimento da província e do país”.

A Polícia Nacional dispersou os jovens que tentavam protagonizar a manifestação contra o governador de Malanje.
A manifestação teria como móbil um protesto contra a decisão do governo da província que proibiu, em 2016, os moto-taxistas de circularem no centro da cidade, devido ao alto índice de sinistralidade, após consulta ao Conselho Provincial de Auscultação e Concertação Social.

Naquela altura, as estatísticas davam conta de que o índice de sinistralidade rodoviária, envolvendo moto-taxistas, era de seis a sete mortos por dia e cerca de 50 feridos.

O Governo da província decidiu também pôr fim ao serviço de moto-taxistas não licenciados e sem capacete.

Descontentes com medida proibitiva, os moto-taxistas têm criado agitação na cidade, recorrendo à violência e, em muitos casos, a desacatos às autoridades policiais.

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