“Caso Lussaty” virá a público em breve – PR

O Presidente da República, João Lourenço, assegurou, esta quinta-feira, que o conhecido “Caso Lussaty” corre os seus trâmites e virá a público dentro em breve.

Em entrevista colectiva concedida hoje, quinta-feira, aos órgãos de comunicação social públicos e privados, o Chefe de Estado angolano refutou as acusações segundo as quais a justiça está a ser selectiva.

“Não temos a intenção de esconder nada, ao contrário do que algumas opiniões avançam, que a justiça está a ser selectiva”, disse, reiterando que ”a justiça está a bater a porta daqueles com relação aos quais entende que há presunção de haver crime, até prova em contrário”.

João Lourenço reafirmou a determinação do Executivo angolano no combate à corrupção, independentemente dos visados e lembrou que, há anos, era impensável admitir que alguém pudesse sentar nas barras dos tribunais, sobretudo no Tribunal Supremo.

Notou que tal facto só demonstra que a justiça e os tribunais, em particular, têm mais independência, mais liberdade de acção “porque senão continuariam amordaçados pelo poder político”.

Segundo o Titular do Poder Executivo, ali onde há crime, a justiça tem tido a liberdade de actuar, exemplificando o “Caso Lussaty”, em que havia a suspeição de envolvimento de figuras da Casa Militar do Presidente da República.

“Nunca ninguém pensou que o poder político deixasse que a justiça avançasse com este caso. Este caso não está esquecido não está congelado e virá a público em breve”, assegurou.

O major Pedro Lussati, afecto à Casa de Segurança do Presidente da República, é tido como o cabecilha do grupo que está detido desde Junho do ano passado, depois de ter sido encontrado na posse de milhões de dólares, euros e kwanzas guardados em malas, caixotes e viaturas.

Início do caso

A 24 de Maio de 2021, a PGR anunciava a apreensão de “valores monetários em dinheiro sonante, guardados em caixas e malas, na ordem de milhões, em dólares norte-americanos, em euros e em kwanzas, bem como residências e viaturas”.

Tudo na posse do “modesto” chefe das finanças da banda musical da Presidência da República, major Pedro Lussaty, que fora, dias antes, detido quando transportava duas malas carregadas com 10 milhões de dólares e 4 milhões de euros, num episódio de tentativa de fuga às autoridades, acabando por ser capturado.

Segundo a PGR, o caso, conhecido como “Operação Caranguejo”, não tinha começado há pouco, pelo contrário, porque “a prática dos factos que estiveram na base da abertura do aludido processo remonta(va) há muitos anos.

A 16 de Junho de 2021, a PGR anunciava a detenção de cinco suspeitos, depois de terem sido submetidos a interrogatório na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) e juntaram-se a uma lista de 24 militares que estavam já impedidos de deixar o país, devido ao seu envolvimento nesta operação.

Inquérito do BNA

Um dos mais salientes dados de toda esta “Operação Caranguejo”, foi a questão das notas da nova série da moeda nacional, que levou mesmo o Banco Nacional de Angola (BNA) a abrir um inquérito para apurar eventuais ilegalidades.

Exoneração de oficiais generais

O Presidente angolano substituiu seis oficiais generais na Casa de Segurança da Presidência da República, dia em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou ter aberto um processo-crime contra oficiais das Forças Armadas Angolanas (FAA) afectos à Casa de Segurança.

FacebookTwitterGoogle+