China propõe-se investir 60 biliões em África

III CIMEIRA DO FÓRUM DE COOPERAÇÃO CHINA-ÁFRICA FOTO: FRANCISCO MIÚDO

III CIMEIRA DO FÓRUM DE COOPERAÇÃO CHINA-ÁFRICA
FOTO: FRANCISCO MIÚDO

Foto de família dos Presidentes presentes na III Cimeira do Fórum de Cooperação China-África FOTO: FRANCISCO MIÚDO

Foto de família dos Presidentes presentes na III Cimeira do Fórum de Cooperação China-África
FOTO: FRANCISCO MIÚDO

03 Setembro de 2018 | 16h01 – Actualizado em 03 Setembro de 2018 | 16h00

Com a presença do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, começou nesta segunda-feira, em Beijing, a III Cimeira do Fórum de Cooperação China-África. O “gigante” asiático propôs-se a investir 60 biliões de dólares no continente africano.

Durante o discurso de abertura, o Presidente Xi Jinping afirmou que a China vai disponibilizar 60 biliões de dólares (USD) para financiar o desenvolvimento no continente africano, nos próximos três anos.

Esse valor, segundo Xi Jinping, incluirá assistência não reembolsável de 15 biliões de dólares norte-americanos (USD) em empréstimos sem juros e preferencial.

Está em vista no pacote dos 60 biliões a criação de uma linha de crédito e a implementação de um fundo especial de desenvolvimento, avaliado em mais de dez biliões de dólares.

Neste quadro da cooperação sul-sul, o país asiático predispõe-se em incentivar as suas empresas a investir em África não menos de dez biliões de dólares, nos próximos três anos.

Na mesma esteira, a China irá perdoar a dívida com as nações africanas com as quais tem relações diplomáticas e que sejam menos desenvolvidas ou com fraca capacidade económica.

No campo da educação, o Governo chinês colocou à disposição dos estados africanos  50 mil bolsas de estudo para jovens.

Na condição de co-presidente da Cimeira do Fórum de Cooperação China-África, o estadista sul-africano, Cyril Ramaphosa, realçou a parceria África-China e rejeitou a ideia de que o “gigante” asiático está a implementar uma nova colonização em África.

“Existe uma cooperação mutuamente vantajosa e com ganhos de parte a parte”, esclareceu.

Uma visão comum sobre o desenvolvimento de África é o que existe entre as partes, na óptica do presidente da União Africana e do Rwanda, Paul Kagame, que falou em nome da organização continental na abertura do FOCAC 2018.

Na sessão de abertura, que decorreu no Palácio do Povo, em Beijing, também discursaram o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat.

A cimeira decorre numa altura em que São Tomé e Príncipe, Burkina Faso e a Gâmbia elevaram para 53 o número de nações africanas com relações com a China.

O único país africano sem ligações oficiais à República Popular da China é o Eswatini, antigo Reino da Swazilândia.

Entre Janeiro e Junho de 2018, o comércio bilateral aumentou 16%, em termos homólogos, para 98.800 milhões de dólares.

Desde 2015, a média anual do investimento directo da China no continente africano fixou-se em três biliões dólares, com destaque aos sectores da indústria, das finanças, do turismo e da aviação.

O primeiro Fórum de Cooperação China-África aconteceu em Pequim, em 2006, e a segunda edição decorreu na África do Sul, em 2015.

A necessidade de se obter uma cooperação com ganhos mútuos constitui o pano de fundo da III Cimeira do FOCAC-2018, que decorre até terça-feira (4).

O fórum deste ano junta mais de 50 dignitários de países africanos com relações diplomáticas com a China.

Para tomar parte no evento, o Presidente da República de Angola, João Lourenço, encontra-se desde sábado em Beijing.

Os organizadores do FOCAC 2018 escolheram o lema “China e África, Rumo a uma comunidade cada vez mais forte, com futuro partilhado através da cooperação com ganhos mútuos”.

FacebookTwitterGoogle+