Cidadãos acorrem aos postos de registo

Fotografia: Jaimagens

Fotografia: Jaimagens

Antes de partir para Mbabane, capital da Suazilândia, o Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, apelou aos cidadãos nacionais, desde que reúnam todos os requisitos para o efeito, para acorrerem aos postos de actualização do registo eleitoral como forma de participarem no processo que arrancou, quinta-feira passada, e decorre sob o lema “Angola Presente”.

O Vice-Presidente da República fez estas declarações à imprensa, depois de ter efectuado a actualização presencial do seu registo eleitoral. “Não fiz mais do que o cumprimento do meu dever como cidadão em idade eleitoral”, realçou Manuel Vicente, para quem o processo de actualização do registo eleitoral “fortalece a democracia de modo que eu apelo todos os concidadãos a fazerem o mesmo desde que estejam elegíveis para o efeito”.
O Vice-Presidente explicou que o acto de actualização de registo eleitoral foi simples e que passou por entregar o seu cartão de eleitor e a sua identificação e dizer o local mais próximo onde vai exercer o seu direito de voto.

Milhares de actualizações

O secretário de Estado para os Assuntos Institucionais e Eleitorais do Ministério da Administração do Território, Adão de Almeida, disse ontem, em Luanda, que, em quatro dias de trabalho, foram realizadas 83 mil actualizações presenciais em todo o país. Adão de Almeida, que falava no final da visita realizada ao posto de registo eleitoral presencial nas instalações da Edições Novembro – EP, avaliou de forma positiva o processo de actualização que arrancou na semana passada. “Hoje é o quinto dia de trabalho, os dados começam a ser cada vez mais animadores. Estamos com bons níveis de produtividade, o que quer dizer que estamos no bom caminho”, afirmou, para acrescentar que a maioria das pessoas percebeu a mensagem e está a dirigir-se aos postos de registo.
O secretário de Estado assegurou que os trabalhos e a mobilização de eleitores vão continuar para se alcançar rapidamente os objectivos do processo de actualização, realizado sob o lema “Angola Presente”.
Adão de Almeida explicou também que o processo de credenciamento de fiscais de partidos políticos decorre na normalidade.

Samba e Maianga

No posto de registo da Samba, instalado na administração, mais de duas dezenas de cidadãos aguardavam sentados numa sala antes de serem chamados por ordem de chegada. A brigada ocupa duas salas, uma para espera e outra para atendimento personalizado.  O ancião Adão Diogo, 67 anos, chegou cedo ao local. Ainda assim, não esperou muito tempo por ser o mais velho entre os presentes. “Atenderam-me muito bem e estou à espera do meu irmão mais novo que aguarda na sala para ser atendido”.
Natural da Ilha de Luanda, o ancião aconselha a todos os angolanos para se dirigirem aos postos de registo, para fazerem a actualização dos seus dados e poderem votar no próximo ano. Adão Diogo, pescador e residente no bairro Corimba, mostrou à nossa reportagem um pequeno talão que recebeu das mãos dos brigadistas, confirmando os seus dados, a coordenada e o ponto de referência, local onde vai votar.
O posto da Maianga está igualmente a funcionar na administração distrital. Vinte e duas pessoas aguardavam pela sua vez numa fila indiana. A maioria apoia-se à parede com o olhar fixado na estrada. O posto abriu às 9 horas e encerra às 16 horas.
A anciã Maria de Fátima é a única que está sentada numa cadeira. Moradora do Cassenda, há vários anos, está doente, mas mesmo assim se dirigiu ao posto de registo para actualizar os seus dados. Saiu de casa às sete horas por ter uma consulta no período da tarde. Com voz trémula, Maria de Fátima abre a carteira para exibir o talão que justifica a sua actualização. Para dar mostras de ser uma pessoa conservadora de documentos, apresentou o cartão de eleitor de 1992, altura da realização das primeiras eleições gerais no país.
Paulo de Sousa, fiscal da CASA-CE, disse que apesar da falta de mais brigadistas para acelerar a actualização, o processo está a decorrer sem sobressaltos. Disse que está preocupado com a falta de sensibilidade dos jovens em dar prioridade aos mais velhos, mulheres grávidas e a pessoas com deficiência.
Bernardeth de Carvalho, fiscal do MPLA, disse igualmente que o processo está a correr na normalidade e o número de pessoas está a aumentar a cada dia que passa.

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