Compromisso com a estabilidade

Fotografia: Rafael Tati
Delegações ministeriais de Angola e do Congo Brazzaville estiveram reunidas em Cabinda para analisar e adoptar a acta e o relatório da reunião dos peritos e criar uma comissão conjunta sobre as questões de fronteira.
A delegação angolana foi chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Georges Rebelo Chikoti, e a do Congo por Basile Ikouébé, ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.
A reunião analisou o incidente fronteiriço ocorrido em Outubro do ano passado, na fronteira norte entre os dois países, e abordou o reforço da cooperação bilateral. Integraram as delegações membros das comissões bilaterais de Defesa e Segurança, quadros dos Ministérios das Relações Exteriores e os peritos que participaram na elaboração dos relatórios do incidente da fronteira de Miconje e Panguí.
O ministro Georges Chikoti disse, na abertura do encontro, que especialistas militares, da Polícia e dos ministérios das Relações Exteriores dos dois países trabalharam arduamente de 26 a 28 de Fevereiro do corrente ano sobre o incidente que ocorreu na fronteira comum entre as localidades de Miconje e Panguí e produziram documentos que servem de suporte às as conversações.
Georges Chikoti referiu que o encontro pretende reafirmar o compromisso das partes em trabalhar continuamente na consolidação e na preservação da paz, da amizade, da fraternidade, da política de boa vizinhança e de resolução pacífica dos diferendos expressa pelos Presidentes José Eduardo dos Santos e Denis Sassou-Nguesso. O ministro angolano sublinhou que as relações entre Angola e o Congo são de longa data e estão alicerçadas na longa história de libertação dos povos africanos pela independência política e a afirmação económica no mundo.
Georges Chikoti disse que os dois países vivem um período em que todos os esforços concorrem para o desenvolvimento económico e social, com vista à criação das condições para o bem-estar das suas populações. O ministro entende que Angola e o Congo precisam de consolidar cada vez mais as suas relações e construir uma parceria sólida que aproxime ainda mais os dois povos e os interesses comuns permitindo o intercâmbio entre os cidadãos.
”Os laços de cordialidade e de solidariedade que caracterizam a relação entre os angolanos e congoleses continuam a existir e têm sido reforçados graças às interacções de alto nível entre os nossos países”, frisou o ministro angolano das Relações Exteriores.
Georges Chikoti entende que a cooperação entre Angola e o Congo pode beneficiar do actual momento de excelente relacionamento político ao mais alto nível entre os dois países, mas “exige compromissos fortes que criem uma atmosfera que potencie o relacionamento institucional e privado de ambos os países”. O ministro congolês dos Negócios Estrangeiros e Cooperação expressou a sua satisfação pela realização do encontro, uma vez que “permite limar os mal-entendidos que ocorreram à volta do incidente e de seguida lançar as bases de uma parceria reforçada em matéria de gestão concertada das fronteiras comuns e a instalação de um quadro jurídico de cooperação militar e técnico”.
Basile Ikouébé disse que toda questão relacionada com a solução de conflitos ao longo da fronteira comum deve obedecer às convenções, às cartas geográficas deixadas pelas antigas potências coloniais e, sobretudo, à adesão comum de boa vizinhança. “A realização deste encontro responde à vontade dos Presidentes José Eduardo dos Santos e Denis Sassou Nguesso, que firmemente estão ligados à manutenção e ao reforço das relações de amizade, de solidariedade e de cooperação que unem os destinos dos nossos dois povos irmãos”, frisou.