Cooperação económica evolui a passos largos

Fotografia: Cedida pela Embaixada Chinesa

Fotografia: Cedida pela Embaixada Chinesa

A cooperação económica e comercial entre a China e Angola está a evoluir “a passos largos e estáveis” como reflexo do bom momento nas relações políticas, elevadas pelos esforços dos dois Governos e povos, afirmou ontem o embaixador Gao Kexiang.

Ao discursar durante a cerimónia de despedida, após quatro anos à frente da missão diplomática chinesa em Angola, Gao Kexiang disse que nos últimos quatro anos as obras de empreitada, os investimentos e o financiamento estão a ser alargados, ao mesmo tempo que o intercâmbio cultural se intensificou com o número de estudantes angolanos na China a aumentar todos os anos. O embaixador falou da recente inauguração do primeiro Instituto Confúcio em Angola, uma instituição educacional sem fins lucrativos que tem como objectivo apoiar e promover o ensino da língua e cultura chinesas.
Localizado no Campus Universitário da Universidade Agostinho Neto, o Instituto Confúcio é uma plataforma ampla de aprendizagem da língua chinesa e a sua inauguração surge como uma janela para o intercâmbio cultural e humano.
Na presença de ministros, deputados e diplomatas, Gao Kexiang destacou também as trocas de visitas de altos dirigentes dos dois países, que permitiram alcançar “consensos importantes, designadamente, continuar a aprofundar a cooperação bilateral e promover o desenvolvimento de longo alcance da parceria estratégica entre Angola e a China, injectando dinâmica no bem-estar das relações bilaterais”.
O embaixador da China falou  da recente visita do Presidente José Eduardo à  China e sublinhou que os dois países confiam no nível de relacionamento existente, por isso têm consciência que  a cooperação tem como  único objectivo  beneficiar os dois povos.
“Há pessoas que não querem ver o nível de relacionamento entre a China e Angola reforçar-se porque os dirigentes dos dois países têm os mesmos objectivos, que é realizar as aspirações dos povos e melhorar a vida dos cidadãos”, reforçou o diplomata. Gão Kexiang afirmou que “muitos países estão preocupados em perder terreno, principalmente nessa fase de desenvolvimento de Angola”. O diplomata falou também das facilidades na área dos assuntos consulares e serviço de apoio à comunidade no exterior e nos sectores policiais e defesa nacional. Em Abril, entrou em execução o acordo sobre a isenção recíproca de vistos para titulares de passaportes diplomáticos e de serviço, assinado em Luanda, em Maio de 2014, entre o Executivo e o Governo da República Popular da China. O acordo aplica-se aos cidadãos de ambas as partes, portadores de passaportes diplomáticos ou de serviço válidos que desejam entrar, sair ou em trânsito, através do território da outra parte, por um período de permanência não superior a 30 dias, a contar da data da sua entrada. As declarações do embaixador chinês sobre o optimismo nas relações entre os dois países surgem dias depois de o Executivo ter apreciado um memorando sobre os projectos a inserir na Linha de Crédito da China.
O documento analisado durante uma reunião da Comissão Económica e da Comissão para a Economia Real do Conselho de Ministros, orientado pelo Presidente José Eduardo dos Santos, tem como objectivo assegurar o financiamento de projectos constantes da carteira de investimentos públicos que, pela sua dimensão, localização, complementaridade e sustentabilidade, são susceptíveis de estimular a competitividade e o crescimento da economia nacional.
Angola e a China estabeleceram relações diplomáticas em 1983, mas a cooperação bilateral aumentou particularmente após o fim do conflito armado, em 2002. As trocas comerciais atingiram mais de 37 mil milhões de dólares em 2014.

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