Cuanza Norte: Produção de spirulina considerada maior investimento do Governo

A produção de Spirulina no Centro de Larvicultura do Mucoso, município de Cambambe, província do Cuanza Norte, foi terça-feira considerada um dos maiores investimentos do Governo feito nos últimos cinco anos, no meio rural.

A constatação é do representante em Angola do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, Mamadou Diallou, em declarações à imprensa, à margem da cerimónia de abertura da campanha de consumo da spirulina produzida no país, orientada pela ministra das Pescas e do Mar, Victória de Barros Neto.

O projecto orçado em 350 mil dólares foi financiado pela FAO, no quadro de uma parceria com o Governo de Angola.

Segundo o diplomata, é dos mais modestos projectos que podem ser desenvolvidos para o reforço das estratégias de diversificação da economia angolana, tendo em conta a possibilidade de retorno do investimento em pouco tempo, contrariamente aos demais projectos que requerem investimentos avultados.

Referiu que a spirulina produzida em Cambambe apresenta uma das melhores qualidades a nível de África e a melhor da região austral do continente, que além de atender as necessidades nutricionais dos nacionais, pode contribuir para o incremento das receitas, por via da exportação.

A aceitação pelo governo angolano da tecnologia proposta pela FAO, em sistema artesanal (única na África Austral), disponibilidades de recursos humanos para atender a complexidade do sistema, o clima, a quantidade e a qualidade da água disponível, pelo curso do rio Kwanza, foram apontados como factores que concorreram para a boa qualidade da spirulina produzida no país.

“O produto foi certificado pelo laboratório da FAO, na Itália e, da União Europeia, potencialidades que devem ser bem aproveitadas pelos investidores nacionais, a partida estão diante de um nutriente muito procurado no mercado internacional, que a ser produzido em larga escala, a economia cresce em pouco tempo”, frisou.

Lembrou ter sido o investimento efectuado em menos de um ano e que até ao momento foi já alcançado uma produção com um rendimento de cinco mil unidades de 100 gramas/cada, avaliados em 500 mil dólares, de acordo com a tarifa internacional.

Fez saber que o custo de cada unidade é de 15 Euros, o que é salutar para as economias emergentes.

Com estes rendimentos, continuou, Angola está diante de um potencial capaz de expandir, a partir deste centro, outros projectos em todo o território, envolvendo famílias rurais e investidores isolados.

A spirulina é uma alga com a mais elevada concentração nutritiva no mundo, obtendo macro e micro elementos, agregando 11 aminoácidos, excepto a vitamina “C”, consumida pelo homem em pequenas quantidades, úteis para os idosos, crianças, mulheres, visando combater a má nutrição e promover a segurança alimentar para a sustentabilidade dos doentes.

É cultivada de forma natural no Tchade, México e nos Estados Unidos da América, enquanto o Brasil, França, Cuba, Burkina Faso e Índia, produzem de maneira artificial.

Os primeiros ensaios em Angola do cultivo desta alga foram feitos em Luanda, em 2013 e o lançamento para o cultivo em 2017, no município de Cambambe (Cuanza Norte).

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