Democracia na SADC está em alta expansão

Fotografia: Reuters

Fotografia: Reuters

A ministra sul-africana dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, Maite Nkoana-Mashabane, considerou ontem em Luanda que o espaço político da SADC é um lugar “onde é possível sentir o pulsar da democracia”. Maite Nkoana-Mashabane falou mesmo em “festival” de democracia na região.

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, recebeu ontem uma mensagem do seu homólogo sul-africano, Jacob Zuma, na qual expressa votos de amizade fraterna entre os povos e a gratidão do povo sul-africano pelo papel desempenhado por Angola para que a África do Sul se libertasse do Apartheid.

“A mensagem que trouxe ao Presidente José Eduardo dos Santos é de apreço e de gratidão também pelo apoio de Angola para que essa liberdade fosse possível hoje para o povo sul-africano”, disse Maite Nkoana-Mashabane, ministra da Cooperação Internacional sul-africana, que foi portadora da mensagem do Presidente Zuma.

Maite Nkoana-Mashabane, que teve um encontro na véspera com o ministro Georges Chikoti, explicou que a mensagem do Presidente sul-africano ao seu homólogo angolano se insere nas consultas regulares que os dois chefes de Estado têm mantido, para analisar questões da cooperação bilateral, mas também alguns dossiers ligados à paz e à estabilidade na região.

A ministra sul-africana referiu-se ao quadro político da região austral do continente, designadamente ao espaço SADC, como um lugar onde é possível sentir o pulsar da democracia. “Este ano teremos quatro países da região a realizar eleições, o que podemos considerar um verdadeiro festival da democracia”, disse Maite Nkoana-Mashabane.

Segundo a ministra sul-africana, a SADC tem a democracia como um elemento importante para o desenvolvimento da paz e da estabilidade da região. Maite Nkoana-Mashabane citou como exemplo a própria África do Sul, que vai às urnas no próximo dia 7 de Maio, dias depois de comemorar o 20.º aniversário das primeiras eleições democráticas do país.

Outro exemplo referido por Maite Nkoana-Mashabane, de compromisso da SADC com a democracia como factor de estabilidade na região, é o projecto do Parlamento Panafricano, que assinala precisamente hoje o seu 10.º aniversário. “Celebramos hoje, na África do Sul, o 10.º aniversário do Parlamento Panafricano, que é um dos nossos modestos contributos para África”, declarou a ministra sul-africana, que acrescentou: “tudo isso está a acontecer no espaço das SADC. Podem, assim, ver que a região tem cumprido o seu papel como um bloco de desenvolvimento e de integração de África”.

A África do Sul e Angola têm tido um papel bastante activo para estabilidade da região, que tem na República Democrática do Congo a principal preocupação em matéria de paz e segurança.

Recentemente, os presidentes Joseph Kabila, Jacob Zuma e José Eduardo dos Santos estabeleceram, em Luanda, um mecanismo tripartido, à luz do qual foram definidas áreas de cooperação com vista salvaguardar interesses comuns.

Os três presidentes defendem que Luanda e Joanesburgo “têm laços especiais de cooperação” com Kinshasa, tendo em vista uma parceria estratégica duradoura. Numa das suas intervenções como anfitrião, o Chefe de Estado angolano referiu-se à Barragem Hidroeléctrica de Inga, ao Porto de Durban e ao Porto do Lobito, como infra-estruturas que, por si só, já justificam esse interesse na parceria estratégica.

“Evidentemente, uma condição essencial para a reconstrução e o desenvolvimento económico e social e para o estabelecimento de acordos com parceiros de cooperação bilateral ou multilateral entre países é a paz e a estabilidade política”, disse, na altura, o Presidente José Eduardo dos Santos

FacebookTwitterGoogle+