“Desafios do presente e futuro exigem um exército moderno”

Fotografia: Eduardo Pedro

Fotografia: Eduardo Pedro

O ministro da Defesa Nacional afirmou que, embora Angola viva em paz e estabilidade, os desafios do presente e do futuro exigem a edificação de um exército moderno, com pessoal altamente qualificado e meios materiais adequados à defesa da Independência e da soberania nacionais.

João Lourenço, que discursou ontem na abertura da conferência em alusão às comemorações do 24º aniversário da criação das Forças Armadas Angolanas (FAA), referiu que o mundo experimenta transformações rápidas e os focos de instabilidade tendem a surgir onde menos é de esperar.
O ministro salientou que se constata, com preocupação, a instabilidade reinante no Médio Oriente, no Norte, no Corno e Oeste de África, ou mesmo até na Europa, com derrubes de governos legítimos. Esta situação, frisou, tem vindo a criar o ambiente propício para o surgimento de todo o tipo de anarquia e vazio de poder, o surgimento do extremismo étnico e religioso, com as suas consequências imediatas e futuras, onde despontam por enquanto as sucessivas vagas de refugiados.
“Os factos demonstram que a democracia e a globalização não se propagam por esta via. Esta política deve ser abandonada por quem a pratica e rejeitada e combatida pelos amantes da paz, pela comunidade internacional”, disse.
Além de sublinhar que o aniversário das FAA este ano coincide com a realização em Luanda da Conferência Internacional Sobre Segurança Marítima e Energética, João Lourenço indicou que a Conferência “vem reforçar as nossas responsabilidades na defesa das fronteiras marítimas, da nossa Zona Económica Exclusiva contra todos os actos que periguem a paz e a segurança nacional e internacional”.
João Lourenço apontou a capacitação das FAA como prioridade, não só em armamento e técnica, mas em tudo o que possa contribuir para que se cumpra sempre a missão que lhes compete.
“O apetrecho com meios modernos e a construção de unidades e residências, no sentido de se melhorar as condições de acomodação e de trabalho dos efectivos está a resultar na transformação das nossas Forças Armadas para uma componente importante de desenvolvimento de Angola que a todos nós orgulha”, considerou o ministro. João Lourenço apelou aos efectivos a não pouparem esforços para continuar a preservar a boa imagem das FAA, tendo referido que “não podemos nos esquecer que as Forças Armadas são uma escola e o militar deve ser um exemplo de cidadania, de bom comportamento moral, cívico e disciplinar”.

Prontidão e disciplina

O Chefe do Estado Maior-General das FAA, Geraldo Sachipengo Nunda, considerou necessário o contínuo fortalecimento, com mais organização, prontidão, disciplina e lealdade ao poder político instituído.
O general do Exército declarou que tudo está a ser feito para melhorar as condições de vida das tropas e dos oficiais e afirmou que as Forças Armadas Angolanas, com raízes bem profundas na bravura dos heróis e combatentes da luta de Libertação Nacional e da defesa da Integridade da Nação, 11 anos após a sua criação e sob liderança do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, ajudaram na conquista da paz definitiva. O general Nunda disse que a bravura das Forças Armadas não pode ser comprada com dinheiro e a disciplina, que é o primeiro atributo de uma força militar, não pode ser imposta por chicote, mas pela cultura de sentido de honra. O general adiantou que o patriotismo, a lealdade, a coragem, solidariedade, integridade, a humildade e o sentido do dever são valores indispensáveis para os efectivos.

Reabilitação de estradas

No Cuando Cubango, o vice-governador provincial para o sector político e social, Pedro Camelo, destacou a participação activa e proeminente das Forças Armadas Angolanas no processo de reabilitação das infra-estruturas sociais no país.
Ao apresentar o tema \”A trajectória histórica das FAA\”, no quadro das comemorações dos 24 anos da sua criação, Pedro Camelo lembrou a participação do efectivo na desminagem, abertura de vias de acesso, nas campanhas de alfabetização e vacinação, na assistência médico e na contribuição para a sensibilização e educação das comunidades sobre os perigos das calamidades naturais e das doenças sexualmente transmissíveis.
Pedro Camelo disse que, actualmente, nas unidades e subunidades militares as condições de acomodação, alimentação e assistência médica têm registado melhorias, factores que contribuem para o cumprimento cabal das missões, no quadro dos princípios de Defesa Nacional.
O comandante da Região Militar Leste das FAA, brigadeiro Tomás Dias Hilukilwa, defendeu no Luena maior engajamento do efectivo no processo de reedificação e modernização das FAA, para corresponder aos desafios mundiais. Tomás Dias Hilukilwa assegurou que o órgão central da corporação vai continuar a elevar a táctica militar, exigindo maior determinação e espírito de sacrifício dos militares.
O comandante indicou que, apesar dos vários constrangimentos de ordem conjuntural, as Forças Armadas Angolanas reafirmam a sua fiel disposição de continuar a promover acções que visam o bem-estar da população, bem como consolidar a paz e a democracia, para um futuro melhor e próspero.
Criada a 9 de Outubro de 1991, as Forças Armadas Angolanas têm como missão genérica, assegurar a defesa militar do país contra qualquer ameaça ou agressão externa, podendo ainda obedecer às disposições do Estado angolano e colaborar nas tarefas relacionadas com a satisfação das necessidades básicas da população.

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