Diplomatas apresentam cartas credenciais

Fotografia: Francisco Bernardo

Fotografia: Francisco Bernardo

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, acreditou ontem os novos embaixadores da África do Sul, Finlândia, Portugal, República Democrática do Congo (RDC), Ruanda, Vietname.

Em cerimónias separadas, no Salão Nobre do Palácio Presidencial, o Chefe de Estado recebeu as cartas credenciais de Gustave Beya Siku (RDC), Fannie Mfana Phakola (África do Sul), Alfred Gakuba Kalisa (Ruanda), João José Gomes Caetano (Portugal), Nguyen Manh Cuong (Vietname), todos com estatuto de residentes, e Seija Toro (Finlândia), que é não residente.
O embaixador congolês, Gustave Beya Siku, destacou os laços de amizade que unem os dois povos, lembrando que dificilmente possa existir um angolano que não tenha familiar na RDC e vice-versa.
“Queremos aproveitar esse factor que é de grande importância para dinamizar a nossa cooperação, em especial no âmbito cultural, para a paz e a estabilidade na região dos Grandes Lagos, porque sem ela é impossível pensar em desenvolvimento”, disse Gustave Beya Siku.
Além de partilharem uma extensa fronteira comum, terreste e marítima,  Angola e a RDC mantêm relações de cooperação dinâmicas e diversificadas, e no ano passado foram reforçadas com a visita do Presidente José Eduardo dos Santos a Kinshasa, na qual foram assinados acordos nos domínios dos transportes aéreo, ferroviário, rodoviário, marítimo e transfonteiriço, que vão permitir o reforço das relações comerciais entre Angola e RDC.  partilham assentos em várias organizações internacionais, como a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC),  a Conferência Internacional Sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), e a Comunidade Económica da África Central (CEEAC).

Fazer mais e melhor

O embaixador de Portugal disse que vai concentrar-se em promover e reforçar as relações com Angola. Para o diplomata luso, as relações entre Luanda e Lisboa são intensas, de grande amizade e encerram alguma complexidade, pelo que se impõe evitar interferências que resultem de questões circunstanciais. “O meu objectivo principal é fazer mais e melhor, e ser um interlocutor próximo e credível do Governo de Angola”, declarou João José Gomes Caetano.
Segundo o diplomata português, Angola pode contar com a “grande vontade e determinação de cooperar” por parte de Portugal, que vê na agenda que o Governo angolano está a desenvolver no âmbito da diversificação da economia uma oportunidade para reforçar a cooperação. “Na próxima semana teremos em Lisboa uma conferência sobre investimentos com a participação numerosa de empresários portugueses e que vai contar com a participação dos ministros do Comércio de Angola e da Economia de Portugal”, frisou.
O primeiro Fórum Empresarial Angola-Portugal, em 2015, reuniu, em Luanda cerca de 600 empresários dos dois países. O fórum visou promover oportunidades de negócios, através do aprofundamento de parcerias entre empresas angolanas e portuguesas. O embaixador da África do Sul lembrou que os laços de amizade entre sul-africanos e angolanos são sólidos. “Trabalhamos juntos e continuaremos de mãos dadas nas nossas responsabilidades comuns sobretudo na segurança, pois precisamos de ter paz e estabilidade nas nossas relações bilaterais e no plano regional, porque sem isso não podemos sequer pensar em desenvolvimento económico”.

A crise é global

Fannie Mfana Phakola disse que em termos económicos todos os países atravessam um mau período, incluindo a África do Sul. “É uma crise global. Neste momento a África do Sul está envolvida na reconstrução de Angola, mas com a crise do preço do petróleo e de outras matérias-primas no mercado internacional essa reconstrução perdeu fôlego e está praticamente paralisada”, admitiu.
O diplomata sul-africano defendeu que os dois países precisam de estabelecer uma agenda nova com novos temas e definir estratégias para fazer face a essa situação. “Temos de trabalhar e empreender não só em termos bilaterais ou regionais, mas com mais ambição a pensar no mundo”, referiu.
As cerimónias tiveram a presença dos ministros de Estado da Casa Civil e da Casa de Segurança do Presidente da República, Edeltrudes Costa e Hélder Vieira Dias, do ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, e responsáveis dos órgãos auxiliares do Presidente da República.

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