Discurso do Presidente da República por acasião do Dia da Paz

Íntegra do discurso proferido, esta terça-feira, pelo Presidente da República, João Lourenço, por ocasião do Dia da Paz e Reconciliação Nacional, que hoje se assinala.

Luanda, 4 de Abril de 2023.

Angolanas e Angolanos

Caros Compatriotas

Comemoramos hoje o vigésimo primeiro aniversário da data em que definitivamente se calaram as armas em Angola e começámos a construir juntos a paz e a reconciliação nacional entre todos os angolanos, independentemente do local de nascimento, confissão religiosa, convicções ideológicas ou filiação político-partidária de cada um.

Já lá vão vinte e um anos de paz e reconciliação, que nos vem proporcionando a estabilidade necessária para a reconstrução do país que estava em escombros e nos engajarmos, com toda a dedicação, no desenvolvimento económico e social do país.

As conquistas até aqui alcançadas em todos os domínios, nos dos direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, da economia e dos ganhos na área social, só foram possíveis porque o país e os angolanos, no geral, têm sabido preservar este bem essencial que é a paz e reconciliação nacional, do qual todos dependem para poder prosperar.

Esta paz é duradoura porque custou-nos muitas lágrimas, suor e sangue vertidos ao longo de décadas e, por isso, nos comprometemos a tudo fazer para o país nunca mais voltar a viver as agruras de uma guerra ou mesmo de instabilidade política ou social que ponham em causa o futuro do nosso belo país.

A paz e a reconciliação nacional foram conquistadas no dia 4 de Abril de 2002 mas devem ser construídas e preservadas nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano, todos os anos das nossas vidas, em cada gesto, em cada palavra, em cada atitude e comportamento do cidadão angolano.

Caros Compatriotas

Nesta data de comemoração e de reflexão, evocamos o nome e a memória do Presidente José Eduardo dos Santos, o Arquiteto da Paz e reconciliação nacional, estadista que soube interpretar a vontade do povo sobre a necessidade do abraço fraterno entre irmãos, do reencontro da grande família angolana.

Quisemos aproveitar esta importante data para reconhecer os feitos e o patriotismo dos angolanos no geral, aqui representados por civis e militares que se distinguiram na luta pela Independência Nacional, na defesa da Soberania Nacional e na conquista e preservação da paz e reconciliação nacional e que, por esta razão, foram galardoados nesta cerimónia solene com Ordens e Medalhas de diferentes graus e classes.

A Nação fica-vos eternamente grata por tudo quanto fizeram em prol de Angola e dos angolanos.

Caros Compatriotas

Abril é, não só o mês da paz e reconciliação nacional, como também o mês da Juventude angolana. Foram os jovens que durante muitos anos viram as suas carreiras estudantil ou profissional, temporária ou definitivamente interrompidas, para servirem a pátria na defesa da soberania nacional e da integridade territorial.

É esta mesma Juventude, que com o alcance da paz, tem vindo a reconstruir as infra-estruturas do país, a construir as estradas, as diferentes indústrias, a erguer as centralidades, os hospitais, as universidades, as escolas, as barragens hidroeléctricas, as centrais fotovoltaicas, os portos e aeroportos, as refinarias de petróleo, os projectos de combate à seca no sul de Angola e tantos outros que geram emprego e garantem o desenvolvimento económico e social do país.

No passado e no presente, a Juventude sempre foi uma força determinante para o desenvolvimento do nosso país, onde ela representa uma parte bastante expressiva da população angolana.

Temos, por isso, de cuidar bem dela, transmitindo-lhe os valores do patriotismo, da ética, do civismo, do amor ao trabalho, de dedicação aos estudos e à leitura, da defesa do Ambiente e da Natureza, do respeito e protecção aos velhos, à criança e à mulher.

É hora de cada partido político, líder partidário, igreja, instituição de ensino, ONG, de cada um de nós individualmente, nos interrogarmos se temos contribuído com a nossa palavra, com os nossos ensinamentos, com os nossos actos e comportamentos, para forjar a nossa juventude dentro dos mais nobres valores da nossa civilização e cultura.

Procuremos ficar sempre associados às boas causas, a políticas e programas que criam, educam e formam jovens que defendem e constroem a paz, a estabilidade e a ordem social, que preservam o património público e privado.

Aproveitemos ao máximo todo o potencial da nossa Juventude, sua força interior, energia, vigor, inteligência, espírito inovador e empreendedor, para melhor servir o nosso país.

Neste mês da juventude, felicito a todos os jovens angolanos, em Angola e na diáspora, pelo seu mês, por tudo quanto fizeram e fazem pelo bem de Angola e dos angolanos.

Aos contemplados com as Ordens e Medalhas, os nossos parabéns por terem merecido este reconhecimento público da pátria angolana.

Muito Obrigado

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